Duas famílias das vítimas de ataque em Suzano são indenizadas
O governador João Doria (PSDB) havia dito que a indenização seria em torno de R$ 100 mil por vítimas. Órgão de defensores, no entanto, não diz valor
São Paulo|Plínio Aguiar, do R7*
Duas das sete famílias das vítimas fatais do ataque na escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, no dia 13 de março, receberam indenização.
O atentado, feito por dois adolescentes, deixou oito mortos — sete na escola (duas funcionárias e cinco alunos) e, minutos antes, um tio de um dos atiradores, que era dono de um lava-rápido.
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Na contagem da comissão criada pelo governo estadual e pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo,para definição das indenizações, são consideradas 18 famílias: sete mortos e 11 feridos.
De acordo com a Defensoria Pública, cinco famílias até o momento procuraram o órgão e entregaram a documentação necessária para a indenização — duas receberam o valor do acordo e três aguardam a indenização, que deve sair em breve. Outras duas famílias, segundo o órgão, ainda não entregaram os comprovantes e, por isso, não receberam valor algum.
As sete famílias de vítimas fatais têm direito a receber um valor referente à indenização por danos morais para ajudar os parentes a se recomporem — e ainda uma pensão mensal por dano patrimonial, baseado na renda que a família teria com a produtividade futura do ente falecido.
"Foram usados parâmetros de outras ações de danos morais", explicou a defensora Juliana Garcia, que lidera a negociação junto à Procuradoria Geral do Estado. Segundo ela, o que vai variar em relação aos valores é o valor a ser recebido por cada um dos membros da família, e a depender do grau de parentesco e de coabitação com a vítima+
Anteriormente, o governador João Doria (PSDB) havia dito que a indenização seria em torno de R$ 100 mil por vítimas. A Defensoria, no entanto, não informa o valor pago às duas famílias.
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Laudo
O Imesc (Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo) entregou, nesta quinta-feira (25), os laudos periciais de 11 estudantes vítimas do ataque na Raul Brasil para a Defensoria Pública.
Os sobreviventes foram avaliados por uma equipe de 11 peritos que investigou os danos físicos, psicológicos e psíquicos. Após o encontro no dia 11 de abril, os laudos foram concluídos em 15 dias, um tempo considerado "recorde" pelo superintendente do Imesc, João Gandini. Segundo ele, não é possível mensurar a totalidade do impacto psíquico nos sobreviventes avaliados somente em um encontro.
Nas análises periciais, são apresentadas probabilidades de danos futuros em diferentes áreas da vida dos sobreviventes, como esportes, trabalho, lazer e sexo.
Gandini afirma que, com os laudos, a expectativa do Estado é que as vítimas sejam indenizadas sem a necessidade de judicialização. Casos de indenização do Estado levados à Justiça, segundo a Defensoria, podem levar até 15 anos para serem solucionados.
'No limite'
Além das vítimas diretamente relacionadas ao massacre na escola paulista, há ainda 1,2 mil pessoas afetadas em algum grau pelo ataque que aguardam na fila da rede municipal de saúde para acompanhamento psicológico.
O secretário municipal da saúde de Suzano, Luis Cláudio Rocha Guillaumon, queixou-se nesta quinta que a estrutura de saúde está chegando "no limite" e que inclusive uma psicóloga pediu afastamento por exaustão. Dos 14 psicólogos da rede municipal, metade está deslocada para atendimento exclusivo às vítimas do massacre.
Segundo Guillaumon, a fila se deve ao número insuficiente de profissionais na rede para o atendimento das vítimas que buscam apoio psicológico do município. Por dia, afirma ele, de dez a 20 novos pacientes com sequelas psicológicas ligadas ao massacre procuram diariamente os serviços de saúde da prefeitura.
Diante da alta demanda de pacientes e do número insuficiente de profissionais de saúde, Guillaumon afirma que um acordo com a Secretaria Estadual da Saúde vai garantir a contratação de 40 psicólogos via Hospital das Clínicas de Suzano.
*Com informações da Agência Estado