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Escola de Suzano tem cores novas, medo e vontade de voltar à rotina

Agência de carro do tio do atirador Guilherme Taucci Monteiro está desativada desde o dia do massacre. Caso completa um mês neste sábado (13)

São Paulo|Kaique Dalapola, do R7

Homenagens e pedido de paz em frente à escola de Suzano
Homenagens e pedido de paz em frente à escola de Suzano Homenagens e pedido de paz em frente à escola de Suzano

Algumas cores novas nas paredes, grafites e pichações, homenagens e lembranças marcam a estrutura física da escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (Grande São Paulo), um mês depois do ataque que terminou com nove pessoas mortas dentro da escola.

Vontade de retomar a vida normalmente, pensamentos positivos e medo são alguns sentimentos demonstrados por alunos sobreviventes e pais. “A gente tenta falar [para os alunos] que as tragédias podem acontecer em qualquer lugar”, disse a dona de casa Cristiane de Anísio, 41 anos, mãe de uma estudante do curso de línguas na escola.

No último dia 13 de março, Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25 anos, invadiram a escola e atacaram dezenas de alunos. Cinco estudantes e duas funcionárias foram mortos e depois os criminosos também morreram.

Loja de tio assassinado está desativada desde o crime
Loja de tio assassinado está desativada desde o crime Loja de tio assassinado está desativada desde o crime

Antes do massacre dentro da escola, Guilherme invadiu a agência de carros de seu tio, Jorge Antônio de Moraes, e também o assassinou. A agência de Moraes está desativada desde o dia do crime. Na quinta-feira (11), quando a reportagem esteve no local, a loja estava com apenas dois carros dentro, que já seriam retirados pelos donos.

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A escola também tem caras novas entre os funcionários. Após o ataque, servidores concursados foram chamados para começar a trabalhar. A reportagem tentou entrevistar dois, mas ambos disseram que não tinham autorização para falar, apenas confirmaram que chegaram na escola depois do massacre.

Leia também: Escola Raul Brasil passa por reformas para receber alunos

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Seguindo a vida, a filha do eletricista Mauro José de Araújo, 49 anos, estuda na sala que teve três alunos vítimas do ataque — dois morreram e um atingido sobreviveu.

Araújo leva e busca a filha todos os dias na escola, de manhã (para as as aulas no ensino regular) e à tarde (para o curso de idioma), e demonstra preocupação após o ataque: “Enquanto ela está na escola, a gente fica só pensando, ligado no noticiário”.

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Mensagem no muro da escola
Mensagem no muro da escola Mensagem no muro da escola

Já o aposentado Valdeci Justino, 51 anos, diz que, depois do ataque, tenta não causar pânico na filha — que faz curso à tarde —, para que ela consiga seguir os estudos normalmente.

Por ser uma escola que oferece cursos de idiomas gratuitos e com qualidade, os pais acreditam que a tragédia precisa ser superada para as aulas continuarem como antes.

Thaís Ferreira, 19 anos, aluna do curso de espanhol, também acredita que precisa superar o medo para seguir os estudos. No entanto, ela explica as dificuldades: “ainda dá medo de ir ao banheiro sozinha”. Ela afirma que sempre vem à memória o que aconteceu na escola um mês atrás.

Um colega de sala dela, de 16 anos, também afirma que segue com medo. “Durante as aulas ainda sou pego pensando no ocorrido, mas tento parar de pensar e focar na aula”, afirma. Os dois alunos de espanhol estão na escola há um ano e meio e dizem que os professores têm ajudado bastante na retomada.

O eletricista Araújo afirma que muitos amigos de sua filha foram transferidos de escola, por causa da proximidade com as vítimas, e ela também pede a transferência. Mesmo com o atendimento de professores e psicólogos, que segundo o pai tem sido frequente, está longe de ser o suficiente.

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O pai também acredita que a segurança do local não sofreu as mudanças necessárias. “Não ficam seguranças da escola, não tem policiais aqui na porta o dia todo. A segurança mesmo somos nós, pais, que ficamos aqui um tempo antes e depois da entrada dos alunos”, afirma.

Homenagens

Neste sábado, a Prefeitura de Suzano fará um evento musical para marcar um mês da tragédia. A solenidade acontece no Parque Municipal Max Feffer, onde aconteceu o velório de quatro alunos e duas funcionárias da escola. O evento foi comunicado aos pais por meio de bilhete enviado pelos estudantes.

Pai de um dos mortos do ataque, Gersialdo Melquíades disse que chegou a receber o convite da Prefeitura de Suzano para comparecer na solenidade, no entanto, não irá.

Os pais de estudantes vítimas ou não que o R7 entrou em contato também disseram que não devem ir ao evento. Outros familiares criticaram as apresentações musicais, pois teriam jeito de "comemoração".

O evento, denominado "Suzano Pela Paz", vai contar com apresentação dos cantores Ana Vilela, Paulo César Baruk, Padre Antônio Maria, e do grupo Família Lima. A previsão é que aconteça das 10h às 17h.

Prisões

Esta semana também ficou marcada pela prisões de três homens suspeitos de participarem da venda de armas e munições para Guilherme e Luiz.

O primeiro foi detido na zona rural de Suzano, na quarta-feira (10), apontado como responsável pela venda da arma do crime.

No dia seguinte, outros dois homens foram capturadas na zona leste da capital. Eles são apontados por fornecer munições para os jovens. Os três detidos estão presos provisoriamente.

No dia 19 do mês passado, uma semana após o massacre, a Polícia Civil apreendeu também um adolescente apontado como mentor do ataque. O jovem, de 17 anos, é apontado como responsável pelo planejamento do massacre junto, principalmente, com Guilherme.

Veja, abaixo, fotos da reforma da escola

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