'É horrível ver a mesma cena se repetindo', diz mãe de aluna morta em ataque a escola em Aracruz (ES)
Thais Fanttini perdeu a única filha, Selena, de 12 anos, em novembro do ano passado após outro adolescente atacar colégio
São Paulo|Gabrielle Pedro, do R7
Tem sido difícil para Thais Fanttini acompanhar o noticiário e ver que o ataque a duas escolas de Aracruz, no Espírito Santo — que resultou na morte de sua única filha, Selena Fanttini, de 12 anos —, há quatro meses, está longe de ser o último no Brasil. Ao R7, a bióloga disse que o atentado ocorrido na segunda-feira (27) na Escola Estadual Thomázia Montoro, em São Paulo, de certa forma a fez reviver a tragédia de novembro do ano passado.
"Ainda estou me refazendo, então é horrível ver a mesma cena se repetindo tão pouco depois do atentado que matou a Selena. A sensação que fica, para mim, é de impunidade. Parece que nada foi feito para prevenir que novos ataques aconteçam. O ataque que vitimou minha filha não foi o primeiro no Brasil e fica a certeza de que esse em São Paulo não será o último. É só mais um nas estatísticas", disse.
Thais avalia que políticas públicas eficientes precisam ser criadas para desestimular a violência nas escolas. "Infelizmente, fico com o sentimento de que todas essas situações que estão ocorrendo em escolas só servirão de inspiração para outros adolescentes fazerem o mesmo. Isso é muito triste."
"A sociedade precisa se movimentar e pressionar os poderes públicos para que sejam feitas ações estruturantes que reduzam esses atentados", relatou.
Ao contrário do último ataque em São Paulo, a filha de Thais estudava em uma instituição de ensino particular, o que reforça que todos estão sujeitos a se tornarem vítimas.
A mãe da adolescente acredita que a presença de um policial ou agente de segurança dentro das escolas pode ajudar a inibir os atos violentos, mas, para ela, essa não é a única solução.
"Acompanhamento psicológico é uma ferramenta muito importante que ajuda a entender quem são os indivíduos com potencial para cometer ataques como esses. No caso da Escola Thomázia Montoro, os profissionais já tinham feito alertas em relação ao comportamento daquela criança. Então, acredito que faltou um acompanhamento psicológico mais efetivo."