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Empresária cria abaixo-assinado por menino preso em tonel

Petição que será entregue ao MP-SP contém cobranças por ações em benefício do garoto e possível omissão do Conselho Tutelar

São Paulo|Cesar Sacheto, do R7

Menino foi resgatado por PMs após denúncia de vizinhos, no dia 30 de janeiro
Menino foi resgatado por PMs após denúncia de vizinhos, no dia 30 de janeiro

A empresária Ezeleni Santos do Nascimento criou abaixo-assinado na internet para pressionar o Ministério Público e o Tribunal de Justiça de São Paulo por justiça pelo menino de 11 anos que foi acorrentado em tonel pela própria família, em Campinas. O requerimento será encaminhado para a Promotoria de Justiça.

A petição — que possuía cerca de 6 mil assinaturas até o início da noite desta quinta-feira (4) —cobra esclarecimentos sobre a possível omissão do Conselho Tutelar no acompanhamento da denúncia, além de ações do poder público para garantir "uma solução digna e respeitosa para essa criança, que com pouco tempo de vida, já carrega marcas profundas do sofrimento vivido", conforme diz trecho do texto do abaixo-assinado.

"Sempre fico indignada com a violência que crianças sofrem no nosso país e por não ter uma lei que ofereça proteção verdadeira. Não podemos mais ficar calados e aceitar crianças serem torturadas, decaptadas, abusadas e nada acontecer. É dever do Estado, depois de tantas atrocidades, cuidar, proteger e conduzir o menor para um lar de paz", desabafou a autora da petição.

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A empresária também questiona as condições daqueles que serão responsáveis pela guarda do garoto, após a alta médica e a liberação do abrigo para onde foi encaminhado. Os tios manifestaram interesse em cuidar da criança.


"A família paterna é uma solução? Eles foram omissos. Que capacidade possuem para cuidar do menor? Exigimos uma análise minuciosa desse caso. E o estado precisa intervir, afinal, nem sempre a família 'em questão' é o melhor", ponderou Ezeleni. "Queremos que ele seja adotado por uma família de verdade, ele merece um lar, com respeito, amor e compreensão", enfatizou.

Ezeleni disse ainda que a ação — classificada como um movimento humanitário iniciado por mulheres — é também uma forma de recordar outros casos de violência contra crianças que chocaram a opinião pública brasileira."Temos o caso do menino Bernardo, Rhuan, entre outros. Parece que esses casos não foram suficientes", lamentou.


Passeata

Ezeleni, que atua no setor de educação e mora na capital paulista, também está organizado uma passeata que deverá partir do Centro de Convivência Cultural em direção à Prefeitura de Campinas. O evento está marcado para às 10h do próximo domingo (7).

"Fiz o abaixo assinado, comecei divulgar em um grupo que participo exclusivo para mulheres. E elas se movimentaram para me ajudar. Então conseguimos movimentar pessoas em Campinas para ajudar na passeata e assinaturas para a petição", contou.

"Criança merece respeito, criança também é gente. Até quando elas serão torturadas e sacrificadas em uma terra que parece não ter lei?", finalizou Ezeleni.

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