Entenda por que polícia descartou que torcedor palmeirense que jogou garrafa tenha causado morte
Ele é uma das três pessoas que apareceram atirando garrafas. Flamenguista preso na terça está 'bem identificado', diz delegada
São Paulo|Isabelle Amaral, do R7
As investigações sobre a morte da palmeirense Gabriela Anelli geraram várias suspeitas sobre quem seria o autor do crime. Além prender um torcedor do Flamengo logo após o fato e depois soltá-lo, a polícia investigou a possível responsabilidade de um palmeirense que atirou uma garrafa contra o tapume que separava o grupo onde estavam Gabriela e a torcida do Flamengo.
No entanto, após a polícia prender na terça-feira (25) outro torcedor do Flamengo, apontado agora como o verdadeiro responsável pela morte da jovem, a investigação descartou a responsabilidade do palmeirense.
Uma perícia havia concluído que o torcedor do Palmeiras que estava perto de Gabriela durante a confusão foi um dos três suspeitos que atiraram garrafas. Em entrevista nesta terça, porém, a delegada Ivalda Aleixo explicou que Gabriela já estava com a mão no pescoço, local do ferimento, antes mesmo de este suspeito ter jogado o utensílio.
Foi possível observar, por meio da perícia e da reconstituição do caso, a pessoa que atira a garrafa exata que atingiu Gabriela. "Agora ele está muito bem identificado", afirmou Aleixo.
O momento em que o torcedor do Palmeiras joga a garrafa pode ser visto no vídeo abaixo.
Passo a passo do suspeito
Para chegar ao principal suspeito, o flamenguista Jonathan Messias dos Santos Silva, de 33 anos, foi necessário fazer a comparação da fisionomia do homem que aparece atirando a garrafa com todas as pessoas que entraram no estádio logo após a confusão. Ainda por câmeras de segurança, as equipes acompanharam o passo a passo do homem.
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Ele atira a garrafa, o utensílio bate no tapume que separa as torcidas, quebra, e os estilhaços atingem Gabriela. Depois que a confusão é parcialmente contida, Jonathan tira a camiseta cinza que usava, coloca a do Flamengo e vai em direção ao estádio.
Segundo a delegada Ivalda Aleixo, houve um intenso esforço da polícia na análise de imagens e sons, que foram sincronizados, e na identificação de Jonathan.
Quem é o principal suspeito?
Jonathan Messias é professor e reside no Rio de Janeiro. Após a análise das imagens de câmeras de segurança, ele foi identificado por meio do banco de dados da polícia.
Segundo a delegada, Jonathan, que é o principal suspeito, vem constantemente a São Paulo para participar dos jogos do Flamengo.
O professor é casado, tem um filho pequeno e não possui antecedentes criminais. "Ele não esperava a prisão, mas foi muito divulgado um cara de camisa cinza que aparece atirando a garrafa. Lógico que ele sabia que era ele", diz Aleixo.
Jonathan dormia quando os agentes foram até a casa dele. Ele foi levado ao DHPP do Rio de Janeiro, mas chegaria a São Paulo ainda nesta terça-feira (25), conforme a delegada.
"Vários objetos foram jogados. Tentamos individualizar o que cada um fez em cada momento. Com isso, conseguimos identificar o momento em que ela se fere e estabelecemos essa trajetória", explica.