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Entregadores param hoje em SP e vão bloquear entrada de shoppings

Ato pede aumento e vacina contra covid. Ação visa chamar atenção dos apps ao dificultar entregas em pontos estratégicos da cidade

São Paulo|Guilherme Padin, do R7


Ato na última sexta-feira (16) reuniu milhares de entregadores em São Paulo
Ato na última sexta-feira (16) reuniu milhares de entregadores em São Paulo

Entregadores de São Paulo e da região metropolitana farão nova manifestação nesta sexta-feira (23), uma semana depois do ato que levou milhares trabalhadores da categoria às ruas e avenidas da capital paulista. Agora, em vez de protestarem nas vias, os motoboys e bikers vão bloquear as entradas de shoppings da capital paulista.

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O foco da ação, para além da própria greve, é chamar atenção dos aplicativos ao dificultar as entregas de pedidos em pontos estratégicos da cidade. Manifestantes da categoria já haviam se utilizado da tática no ano passado, em julho.

De acordo com André Mendonça, liderança do movimento Entregadores Unidos, que organiza o protesto, mais de 10 mil motofretistas deverão se manifestar ao longo do dia. O último protesto, segundo Mendonça, teve mais de 5.000 pessoas cruzando as principais avenidas paulistanas.

Entre as demandas estão o aumento de taxas por quilômetro rodado, vacinação contra a covid-19 e o fim de bloqueios indevidos.


A principal delas continua sendo o aumento nas taxas para os motoboys: eles pedem que o valor seja de R$ 10 por até cinco quilômetros rodados e mais R$ 2 por quilômetros adicionais, além de transparência nas taxas por parte dos aplicativos.

A imunização contra a covid-19 também é uma das pautas do protesto, demanda avaliada como justa por especialistas em saúde pública. A defesa da categoria é que, trabalhando desde março de 2020 – até mesmo nas fases emergenciais da pandemia –, eles estão expostos na linha de frente.


Além do risco de contaminação aos trabalhadores, os entregadores argumentam que o vírus pode se espalhar às suas famílias e aos clientes com quem têm contato durante a rotina de trabalho, que passa de dez horas diárias.

O ato também pede o fim dos bloqueios indevidos e a criação de um código de liberação para finalizar pedidos. André Mendonça relata ser comum que clientes, muitas vezes por má-fé, recebam o pedido e respondam no aplicativo que não receberam. Assim, “o aplicativo confia na versão do cliente bloqueia o motoboy”.


A demanda, portanto, seria um código enviado pela empresa ao cliente, e na entrega o motofretista só liberaria o pedido após o cliente informar o código a ele, provando que a entrega foi realizada. Em nota, a iFood afirmou que a demanda já está em progresso, inclusive sendo utilizada em várias capitais brasileiras, e deverá ser inserida aos clientes do aplicativo também em São Paulo (SP).

Posicionamento dos aplicativos

A reportagem procurou o contato de quatro empresas de aplicativo com operação em São Paulo: iFood, Rappi, Loggi e Uber Eats. Somente a primeira respondeu.

Em nota, a iFood afirma que respeita a manifestação e já garantiu um reajuste na taxa de entrega - de $5,31, que será revisado de forma periódica - e desenvolveu um código de validação de entregas, disponível em quatro capitais brasileiras e cidades do ABC Paulista. A respeito da vacinação, a empresa comenta que doou R$ 5 milhõe para as obras da nova fábrica de vacinas e insumos contra covid-19 do Instituto Butantan, e que "mantém diálogos com diversos atores sobre a importância da inclusão de entregadores de delivery em um próximo grupo prioritário de vacinados".

Governos não respondem sobre prioridade em vacinação

A reportagem solicitou posicionamentos a respeito da demanda de vacinação para os entregadores ao Ministério da Saúde e o governo do Estado de São Paulo.

O governo do estado afirma que a destinação de mais vacinas contra covid-19 pelo Ministério da Saúde "é crucial para continuidade da campanha e expansão dos públicos-alvos" e que a inclusão de novos públicos segue os critérios técnicos definidos pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações). De acordo com o governo, a execução da campanha (com organização e distribuição de quantidades na rede de saúde, e a aplicação das doses) é responsabilidade dos municípios.

O governo federal não respondeu.

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