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Entregadores param hoje em SP: veja quais são as reivindicações

Segundo os organizadores, protesto deve ter aproximadamente 5.000 pessoas e passará por importantes avenidas da capital

São Paulo|Guilherme Padin, do R7


Protesto deve ter aproximadamente 5.000 motofretistas e começará no Pacaembu
Protesto deve ter aproximadamente 5.000 motofretistas e começará no Pacaembu

Entregadores da região metropolitana de São Paulo irão paralisar suas atividades nesta sexta-feira (16), a partir das 13h, por melhores taxas por quilômetro rodado, vacinação contra covid-19 e outras demandas.

O protesto, que segundo os organizadores deve ter aproximadamente 5.000 motofretistas, começará na Praça Charles Müller, em frente ao Estádio do Pacaembu, na zona oeste de São Paulo (SP), e partirá pelas principais avenidas da cidade.

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O principal motivo da manifestação será o pedido de aumento nas taxas recebidas pelos motoboys: R$ 10 por até cinco quilômetros rodados e mais R$ 2 por quilômetros adicionais, além de transparência nas taxas por parte dos aplicativos.

Líder do movimento Entregadores Unidos, que organiza o ato, André Mendonça explica que “a conta não está fechando” para os motoboys e bikers. São ao menos 10 horas trabalhadas por dia para um ganho bruto inferior a R$ 3 mil mensais. Com gastos de combustível e manutenção das motos, comenta Mendonça, o ganho líquido cai para menos da metade.


Os entregadores que participarão do ato também pedem prioridade na imunização contra a covid-19, uma vez que estão na linha de frente desde o início da pandemia e, além de correrem o risco de contaminação, podem ser um vetor do vírus para suas próprias famílias e aos clientes que solicitam os pedidos.

Veja também: Entregadores querem vacina contra a covid-19: 'somos linha de frente'


Demanda da categoria desde os protestos de julho de 2020, os bloqueios indevidos continuam em pauta: trata-se do ato dos aplicativos bloquearem motoboys sem motivo aparente e sem responderem o porquê quando procurados pelos próprios entregadores.

Desta vez, o protesto também solicita um código de liberação para finalização do pedido. Segundo Mendonça, é comum que clientes, muitas vezes por má-fé, recebam o pedido e respondam no aplicativo que não receberam. Assim, relata ele, “o aplicativo confia na versão do cliente bloqueia o motoboy”.


A demanda, portanto, seria um código enviado pela empresa ao cliente, e na entrega o motofretista só liberaria o pedido após o cliente informar o código a ele, provando que a entrega foi realizada.

Os manifestantes também se põem contra o chamado Rappi Turbo, uma plataforma da empresa de aplicativos que obriga os entregadores a automaticamente aceitarem as corridas. Há medidas semelhantes nas outras empresas, segundo os trabalhadores, nas quais, após uma determinada quantidade de corridas negadas, os profissionais são bloqueados dos apps.

Precarização atrapalha prejudica a categoria

Para além da exposição ao vírus há mais de um ano, os motoboys e bikers ainda enfrentam a precarização da categoria.

Além da falta de direitos trabalhistas, trabalham no mínimo dez horas por dia para ganhar, ao fim do mês, pouco mais de dois salários mínimos.

André Mendonça, dos Entregadores Unidos, pontua ainda que, no caso dos motoboys, boa parte desse dinheiro se vai com a manutenção das motocicletas e com o combustível, sobrando pouco mais da metade do faturamento bruto.

Ao longo da pandemia, segundo relatam os profissionais, muitos tiveram de arcar com os custos dos EPIs (equipamentos de proteção individual) contra a covid-19.

Segundo um estudo realizado em 2020 por pesquisadores da Remir Trabalho (Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista), da Unicamp, a partir do início da pandemia, os entregadores dobraram as horas trabalhadas e mesmo assim perderam renda.

O levantamento, que ouviu trabalhadores em 26 cidades brasileiras, apontou que 56,7% dos entregadores têm uma jornada de nove horas ou mais durante a pandemia, e 52% trabalham agora nos sete dias da semana. No entanto, com a queda nas taxas dos bônus, a remuneração diminuiu 60%, em média.

Como as empresas se posicionam

A reportagem solicitou posicionamento às principais empresas de aplicativos iFood, Uber Eats e Rappi sobre as demandas da manifestação desta sexta-feira.

Em nota, a iFood afirma que respeita a manifestação e já garantiu um reajuste na taxa de entrega - de $5,31, que será revisado de forma periódica - e desenvolveu um código de validação de entregas, disponível em quatro capitais brasileiras e cidades do ABC Paulista. A respeito da vacinação, a empresa comenta que doou R$ 5 milhõe para as obras da nova fábrica de vacinas e insumos contra covid-19 do Instituto Butantan, e que "mantém diálogos com diversos atores sobre a importância da inclusão de entregadores de delivery em um próximo grupo prioritário de vacinados".

As outras empresas não responderam.

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