Para manter os alunos longe da violência no bairro do Morumbi, os colégios da região se tornaram verdadeiras fortalezas com sistemas de segurança cada vez mais modernos e precisos, que vão de sensores de movimento a adesivagem de carros com códigos identificadores de alunos.
Chegar próximo à porta de algumas unidades não é tarefa fácil. O cenário visto normalmente na porta de colégios de crianças e adolescentes aguardando os pais é trocado por baias que recebem os veículos em fila ou guaritas com seguranças que pedem documento de identificação.
O Colégio Nossa Senhora do Morumbi é uma das escolas que adotaram um sistema aprimorado de monitoramento e acesso. O responsável pela segurança, José Carlos de Farias, trabalha há 30 anos no colégio. Durante todos esses anos, Farias acompanhou a implantação do sistema que hoje conta com identificação de veículos, sensores de presença, um efetivo de 15 homens (de 9 ou 10 por turno), monitoramento 24 horas e uma guarita há 480 metros da entrada do prédio.
— Cerca de 5% apenas dos nossos alunos saem a pé. Para eles nós fazemos recomendações para ficarem atentos até a ida para casa. Além disso, o aluno só sai sozinho com a autorização por escrito dos pais.
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Outro colégio na região, de fora, não parece uma escola. Apenas um grande portão com segurança reforçada, que poderia facilmente passar por um condomínio de prédios de luxo, é a indicação de que há algum movimento. O chefe de segurança, que pediu para não ser identificado e nem que o nome da escola fosse divulgado, conversou com o R7 e explicou um pouco sobre o sistema de segurança do colégio.
— Atendemos os filhos de pessoas com alto poder aquisitivo. Você pode ver que nem placa na porta nós temos. Para manter a segurança, contamos com até 42 agentes, entre eles, alguns armados, durante 24 horas, alarmes, câmeras e sensores de movimento.
Luiz Carlos Rodrigues é motorista de transporte escolar que atende ao Colégio Porto Seguro, no Morumbi. Rodrigues conta que notou o aumento de homens fazendo a segurança das imediações das escolas do bairro.
— Mesmo nos lugares mais tranquilos da região, é comum ver uma grande quantidade de seguranças. Ainda mais com essa onda de violência. Os pais ficam com medo. As escolas estão certas.
A reportagem entrou em contato com o Colégio Porto Seguro que informou que "não mede esforços para realizar melhorias internas" e que, por política interna, não pode divulgar valores de investimentos.
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