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Escritor critica protesto e defende Borba Gato: 'Não caçou indígenas'

Para Eduardo Bueno, a questão a respeito do monumento não deveria ser ”o caso de derrubar, mas de discutir”

São Paulo|Do R7

Estátua foi incendiada no sábado (24)
Estátua foi incendiada no sábado (24) Estátua foi incendiada no sábado (24)

O jornalista e escritor Eduardo Bueno se colocou contra o incêndio à estátua de Borba Gato, em Santo Amaro, zona sul de São Paulo, que ocorreu no último sábado (24), e defendeu o bandeirante.

Em vídeo publicado esta semana em seu canal no Youtube, Bueno afirma que os manifestantes colocaram fogo em uma obra de arte e que não sabem quem foi a figura que queimaram.

Segundo Bueno, embora tenha sido um bandeirante, o Borba Gato não perseguiu indígenas durante suas incursões entre o estado paulista e Minas Gerais.

Também conhecido como Peninha, o escritor se utiliza, em um outro vídeo de sua conta - este de 22 de julho de 2020 -, do trecho de “Brasil: uma história”, livro que ele escreveu, citando uma fala atribuída a Bento Furtado, um coronel contemporâneo a Borba Gato.

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“Borba Gato retirou-se para o coração misterioso do reino dos Mapaxó e ficou lá por cerca de 15 anos – e agora a que entra o texto do cara (Bento Furtado) – ’vivendo barbaramente sem concurso de saneamento algum, sem comunicação com mais criaturas desse mundo que não fossem o grupo de indígenas que domesticou à sua oberdiência, vivendo entre eles como um respeitado cacique’”, diz Peninha, enquanto lê o trecho de seu livro.

Após a citação, Bueno prossegue em seu raciocínio e diz que “o cara fica lá de 1682 a 1698 e não caçou índio nenhum, e descobriu um monte de mina”. “Ele não foi caçador de índios, ele domesticou índio. Quer derrubar? Ele é um cara que domesticou índios, pô”, conclui o jornalista. Para Peninha, a questão a respeito da estátua de Borba Gato não deveria ser ”o caso de derrubar, mas de discutir”.

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No vídeo desta semana, o escritor ainda faz uma crítica ao movimento Revolução Periférica, que assumiu a autoria do incêndio.

“O grupo se chama Revolução Periférica, e o nome deles é perfeito. Periférico é aquilo que tá longe do centro, longe do âmago, longe do ponto focal, e eles perderam o ponto focal”, diz.

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Bandeirantes

Os bandeirantes eram um grupo que realizava incursões no interior do Brasil e perseguia povos indígenas durante o período colonial no país.

Historiadora por formação e professora de historiografia colonial na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), Iris Kantor relembra que eles não eram conhecidos como bandeirantes à época.

O termo foi criado por outros historiadores contemporâneos como Affson Taunay, diretor do Museu Paulista após 1917. Antes, os membros do grupo eram chamados de "paulistas" ou sertanistas.

Suspeito foi preso

Membro do movimento Revolução Periférica, Paulo Lima, conhecido como Galo, se apresentou à polícia e foi preso temporariamente nesta quarta-feira (28); sua esposa, Gessica também foi detida.

A família alega, porém, que a mulher estava em casa com o filho de 3 anos do casal, e que não tinha envolvimento no ato. A Justiça decidiu por sua soltura nesta sexta (30).

Segundo a Polícia Militar, cerca de 20 pessoas atearam fogo em pneus ao redor da imagem de Borba Gato.

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