Especialistas explicam disparo de arma que feriu advogado durante ressonância magnética
Leandro Mathias Novaes foi baleado enquanto acompanhava a mãe em exame no Laboratório Cura em São Paulo
São Paulo|Letícia Dauer, do R7
O advogado Leandro Mathias Novaes, conhecido nas redes sociais por ser armamentista, foi baleado com a própria arma enquanto acompanhava a mãe em uma ressonância magnética, na segunda-feira (16), em São Paulo. Novaes foi internado em estado grave.
De acordo com o Laboratório Cura, onde o incidente ocorreu, ele não avisou que estava armado, embora tenha sido orientado sobre a necessidade de retirada de qualquer objeto metálico para acessar a sala de exame.
Dentro do aparelho de ressonância existe um campo magnético muito potente, como se fosse um grande imã, segundo o laboratório. As moléculas de hidrogênio que compõem o corpo humano dos pacientes ficam alinhadas com o campo, e as imagens são captadas e transferidas para o computador.
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Segundo o boletim de ocorrência, a que o R7 teve acesso, quando a máquina de ressonância foi acionada, o magnetismo puxou a arma de fogo da cintura do advogado e, como um imã, levou-a para o interior do equipamento. A arma, então, afixou-se na máquina e realizou um disparo.
Para o físico e ex-diretor do Instituto de Criminalística Adilson Pereira, a arma provavelmente estava travada e carregada com cartucho. “A trava de segurança deve ter destravado ao colidir com a máquina ou no momento em que foi puxada pelo magnetismo do coldre do advogado. Consequentemente o gatilho foi acionado”, explica.
O campo magnético do equipamento é tão intenso, segundo o físico, que possui força para puxar objetos pesados como armas de fogo. “Tudo isso aconteceu porque alguém de forma negligente entrou em um local onde não pode com material metálico”, critica o ex-diretor do Instituto de Criminalística.
Entretanto, apenas a perícia do núcleo de balística poderá determinar se a colisão com a máquina de ressonância ou o próprio magnetismo foi responsável pelo disparo, que atingiu Leandro na região do abdômen.
“Nesse caso, a arma é composta de metal pesado. E quanto mais próximo do equipamento você está, maior a ação do campo gravitacional”, afirmou o médico radiologista Roberto Blasblag à Record TV.
Ele também recomendou que os pacientes e acompanhantes sempre tirem dúvidas sobre os procedimentos médicos e exames. No caso da ressonância, é importante compartilhar o histórico de cirurgias, ou se deseja entrar na sala de exame com algum material.
O caso é investigado pelo 15º Distrito Policial do Itaim Bibi. “A equipe da unidade realiza oitivas e outras diligências para esclarecer a dinâmica dos fatos. Segundo apuração preliminar, a arma estava regular e a vítima possuía o porte. A autoridade policial requisitou aos órgãos responsáveis — Exército e Polícia Federal — a confirmação das informações”, informou a SSP (Secretaria de Segurança Pública).