"Estoquei mil litros de combustível", diz dono de funerária privada
Empresas funerárias estocam litros de combustível, alertam funcionários e reduzem o número de veículos nas ruas para não interromper o serviço
São Paulo|Fabíola Perez, do R7
No quinto dia consecutivo da manifestação dos caminhoneiros em todo o País, um dos segmentos mais afetados com a paralisação deve ser o serviço funerário. O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, afirmou que o serviço funerário da Prefeitura de São Paulo só tem combustível para esta sexta-feira (25) e que estuda formas de garantir o abastecimento para o sábado (26). Outros setores também sofreram o impacto do desabastecimento.
Em contato telefônico com o R7, o serviço funerário da Prefeitura informou que trabalha para conseguir o combustível para amanhã e que no sábado irá trabalhar para garantir o abastecimento para o domingo (27). Com a possível crise no abastecimento de um dos serviços considerados essenciais à cidade, empresas funerárias particulares afirmam que estão estocando combustível para garantir atendimento.
O gerente geral da Funeral Sul, Osvaldo Pereira da Silva, de 34 anos, afirmou que estocou mil litros de gasolina e diesel para abastecer os veículos. "Começamos a fazer isso na terça-feira, quando a greve teve início", diz. "Compramos 10 galões de 100 litros. Tenho 15 carros que estão com os tanques cheios", afirma o gerente. Segundo ele, a reserva deve durar para os próximos dez ou quinze dias.
"Coloquei todos os funcionários em alerta, inclusive os que estarão de folga durante o fim de semana", afirma. Em relação aos outros produtos como flores e químicos, o gerente afirma que as reservas também foram pensadas para cerca de 10 dias.
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Outra empresa funerária administrada pelo casal Valter Magrini e Sheila de Oliveira Magrini também atua em uma espécie de plano de contingência. "Enchemos o tanque dos veículos para conseguir atender. Abastecemos nossos nove carros com 40 litros de combustível por veículo", afirma Magrini. "Todo mundo está em situação de risco. É algo muito preocupante", afirma ele que já acumula 360 litros de combustível.
A funcionária Mara Oliveira, que atua em uma funerária privada da região de Guarulhos, em São Paulo, afirmou que a empresa não teve tempo de abastecer os veículos da empresa, porém, adotou um esquema de revesamento de veículos nas ruas. "Não estamos colocando todos os carros nas ruas para economizar."
O dono de uma empresa de serviços funerários que atua no transporte de corpos de São Paulo para o interior do estado, Rafael Braga, afirma que na quinta-feira (24) abasteceu os três carros da funerária. "Além disso, guardei 30 litros de gasolina." Ainda assim, Rafael se diz preocupado com a continuição da manifestação: "acho que não será sufiente esse estoque." Caso o combustível da empresa acabe, ele diz que a solução será interromper os serviços. "Penso em parar. Estou com medo porque tenho família e dívidas, mas vai ser o que vou fazer se a greve continuar."