'Estou aliviada pelas outras vítimas', diz modelo agredida, após prisão de Brennand nos Emirados Árabes
Helena Gomes foi fortemente empurrada pelo empresário em uma academia de São Paulo. Após escândalo, ele viajou para Dubai
São Paulo|Fabíola Perez, do R7
A modelo Helena Gomes, agredida pelo empresário Thiago Brennand, de 42 anos, em uma academia de São Paulo, disse que se sente aliviada com a prisão do milionário acusado de crimes que envolvem lesão corporal contra a mulher e corrupção de menores (por incentivar o filho adolescente a ofender a vítima). "Não estou feliz pelo que está acontecendo com ele, mas estou aliviada pelas outras vítimas que não tinham a mesma condição de lutar", disse ela, emocionada, ao R7.
Helena afirmou que, desde agosto, quando as imagens das câmeras de segurança da academia vieram à tona, chegou a receber mais de 200 mensagens de mulheres e a maioria teria sido violentada por Brennand. A prisão do milionário ocorreu na noite da quinta-feira (13), em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, em uma operação conjunta das polícias e autoridades brasileiras. Helena diz que está recebendo diversas mensagens de vítimas.
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"Não consigo pensar nem um minuto no Thiago. Logo após a notícia, comecei a receber mensagens de vítimas, tão profundas. Não tem como pensar nele", ressalta. "São mulheres mandando mensagens, chorando, que não tinham condição de lutar, sem possibilidades financeiras para lutar. Meu pensamento vai para essas pessoas. Se eu tinha algum propósito é por essas pessoas."
Desde agosto, a modelo vem conversando com outras mulheres que relatam terem sido vítimas de Thiago Brennand, com o intuito de apoiá-las. "Meu caso não foi nada perto dos outros, mas me sinto orgulhosa por representar essas mulheres", diz Helena, que foi informada sobre a prisão de Brennand na manhã desta sexta-feira (14).
O advogado da modelo, Márcio Cezar Janjácomo, disse que a prisão de Brennand é uma resposta da sociedade brasileira aos crimes e ameaças do empresário. "Tendo em vista as bravatas que ele andou travando e ofendendo o Ministério Público, através de seus membros, com denúncias infundadas e atacando a ex-defensora dele e desafiando todo o sistema jurídico, essa prisão é uma resposta da sociedade brasileira para o comportamento dele."
Segundo o advogado, a transferência de Thiago Brennand dos Emirados Árabes para o Brasil pode demorar entre 60 e 90 dias. "A Interpol vai fazer contato com a Polícia Federal, esse processo de transferência não é imediato", explicou Janjacomo. "Vamos acompanhar esse processo agora, que envolve o acordo internacional para extraditá-lo." Somente após a extradição, Brennand será encaminhado a uma penitenciária brasileira.
A prisão do milionário
O empresário Thiago Brennand, de 42 anos, foi preso em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, na noite desta quinta-feira (13). Acusado de violência contra mulheres e de crimes sexuais, o milionário estava foragido desde o dia 27 de setembro. Ele havia sido flagrado por câmeras de segurança agredindo a modelo Helena Gomes em uma academia em São Paulo.
A prisão de Brennand foi confirmada nesta sexta-feira (14) pela PF (Polícia Federal) e pela delegada Ivalda Aleixo, do Departamento de Capturas da Polícia Civil de São Paulo. A policial afirmou que segue em contato com a embaixada do Brasil no país do Oriente Médio e com a Interpol a fim de que o trâmite de trazer o empresário para São Paulo seja realizado.
"Recebi a informação de que ele havia sido preso às 21h de ontem. Passei a madrugada tentando apurar melhor como foi a prisão, quem prendeu, onde está e quando será trazido para o Brasil. Como ele declarou que estava nos Emirados Árabes, ficou mais fácil encontrá-lo. A polícia de lá conduziu [a prisão], mas teve a participação do setor brasileiro da Interpol”, informou Aleixo.
A PF, que representa o Brasil na Interpol, reforçou o trabalho em conjunto com as autoridades da polícia dos Emirados Árabes para localizar e prender o empresário, acusado de lesão corporal, tentativa de feminicídio e corrupção de menores.
"A prisão se deu em razão da difusão vermelha e dos contatos realizados pela Polícia Federal, em especial da recém-criada Adidância da PF na Jordânia, para o cumprimento da medida em Abu Dhabi. O detido, agora, permanecerá em Abu Dhabi aguardando os trâmites relativos ao processo de extradição", informou a PF.