Estudante diz ter sido vítima de racismo em shopping de SP
Mãe diz que adolescente havia ido em loja para comprar uma bermuda. Ao sair, funcionários da loja disseram que ele estava roubando vestuário
São Paulo|Elizabeth Matravolgyi, da Agência Record, e Kaique Dalapola, do R7
Um estudante de 17 anos registrou um boletim de ocorrência relatando ter sido vítima de racismo dentro de uma loja do Shopping Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.
De acordo com Cláudia Benincasa Fernades, mãe da vítima, o adolescente foi até o shopping, que fica no bairro nobre de Moema, no início da tarde da última quarta-feira (14), para comprar uma bermuda.
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A mãe do menino destaca que o jovem sempre frequenta o shopping, por ser muito perto da casa da família.
O jovem se dirigiu então para a loja e pediu ajuda para uma vendedora para localizar as bermudas. A mulher disse que o estabelecimento não dispunha dessas peças, mas incentivou que o menino dessa uma olhada nas outras roupas da coleção.
O jovem pegou três jaquetas e um acessório e foi até o provador. Dentro da cabine, ele tirou fotos e mandou para sua mãe, pedindo sua opinião sobre as peças.
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Ao sair, a gerente da loja o acusou de estar escondendo uma peça de roupa por baixo de sua camisa. Ela e uma outra vendedora o obrigaram a voltar a cabine e tirar toda a roupa, afim de revistá-lo. O rapaz ficou apenas de cueca e nada de ilícito foi encontrado.
O jovem tentou argumentar, dizendo que tinha 84 reais na certeira e pretendia comprar uma das peças provadas. Mesmo assim, a gerente o acusou novamente de roubo e o chamou de "neguinho".
Seguranças do shopping foram chamados e fizeram uma nova revista no garoto. Novamente, nada de ilícito foi encontrado.
Dessa maneira a mesma gerente pegou um objeto da loja e disse que o jovem havia danificado. O rapaz negou todas as acusações e a Polícia Miltar foi acionada.
No local, a PM chamou o avô do menino para buscá-lo e liberou o jovem, afinal nenhum crime havia ocorrido. A mãe do jovem registrou um Boletim de Ocorrência no 27° DP (Campo Belo).
O R7 entrou em contato com o shopping, que disse que o caso aconteceu nas dependências da loja e a adeministração do empreendimento tomou conhecimento apenas após a chegada da Polícia Militar.
A reportagem também questinou a a loja, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.