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Jovem negro relata ter sido agredido e impedido de entrar em shopping

Adolescente acredita que foi vítima de racismo em shopping de Santo André. Condepe pediu apuração da SSP-SP sobre possível participação de policial

São Paulo|Kaique Dalapola, do R7

Shopping onde jovem afirma ter sido vítima de racismo
Shopping onde jovem afirma ter sido vítima de racismo Shopping onde jovem afirma ter sido vítima de racismo

O estudante Nathan Vinícius Araújo de Souza, 15 anos, diz ter sido impedido de entrar no Grand Plaza Shopping, em Santo André (Grande São Paulo), na noite do último sábado (13). O jovem afirma que foi vítima de racismo por parte de dois seguranças do estabelecimento e um homem que teria se identificado como policial.

Nathan diz que foi ao shopping com quatro amigos. Em um primeiro momento, os adolescentes chegaram a entrar no estabelecimento, mas saíram rapidamente por que ficaram sabendo de uma competição de “passinho” (dança famosa entre os jovens) em frente ao shopping.

Do lado de fora, não acharam a competição e tentaram voltar ao estabelecimento. Neste momento, os cinco amigos foram barrados. “Pareceu que foi um ato de racismo, porque todas pessoas que tinham a pele branca eles deixavam entrar, e a gente que tem a pele só um pouco mais escura eles barraram”, explica Nathan.

O jovem diz que tentou dialogar com o homem com roupas civis, que estaria mais alterado do que os dois seguranças uniformizados, mas foi agredido. Antes da agressão, Nathan afirma que o homem ainda se identificou como policial.

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“Eu perguntei por que a gente não podia entrar, já que o shopping é público. Ele disse que no estabelecimento dele entrava quem ele quisesse e que era melhor eu não testar a febre de um policial. Eu disse que não queria testar, só queria entrar no shopping. Nesse momento ele empurrou meu peito e, quando vi que ele ia dar um tapa, me abaixei, mas ele bateu com a outra mão no meu rosto”, afirma Nathan.

Segundo a mãe do adolescente, Xenia Araújo, 35 anos, o jovem chegou em casa abalado e não queria contar o que havia acontecido. “Eu estranhei o jeito que ele estava e por chegar sem os amigos, mesmo sem ele querer falar nada”, diz Xenia.

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A mãe diz que o adolescente está passando férias na casa da família, mas mora no interior paulista, onde participa de uma escolinha de futebol de um time profissional. A mãe prefere não dizer o nome do time, para evitar possíveis complicações para o filho.

Xenia ainda afirma que somente horas depois, quando eles foram de carro levar um parente para Mauá (também na Grande São Paulo), Nathan conseguiu falar o que aconteceu. Indignada, a mãe registrou Boletim de Ocorrência no 4º DP de Santo André e procurou o Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos).

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Na delegacia, o Boletim de Ocorrência foi registrado pela delegada Nathalie Murcia Santos, à 1h45 de domingo (14), como “constrangimento ilegal”.

Procurado pela reportagem, o coordenador da Comissão da Infância e Juventude do Condepe, Ariel de Castro Alves, disse que a entidade vai pedir para SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) “a instauração de inquérito para apurar os crimes de racismo, ameaça, constrangimento ilegal”.

O R7 questionou a SSP-SP sobre a possibilidade de envolvimento de policial na ação denunciada pelo adolescente e sobre possíveis trabalhos extras de policiais como seguranças do shopping. No entanto, a pasta não retornou até a publicação desta reportagem.

Procurada, a administração do Grand Plaza Shopping, em Santo André, forneceu dois contatos telefônicos da assessoria do estabelecimento. Nenhum dos dois contatos, entretanto, atenderam às ligações do R7.

A reportagem também enviou mensagem no campo de contato no site do shopping, que deu a seguinte resposta automática: “Recebemos sua mensagem! Entraremos em contato no próximo dia útil. Obrigado.”

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