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“Eu moro aqui”, ouviu mãe de garoto que teria sido levado por PMs

Lucas, de 14 anos, está desaparecido desde que policiais militares, segundo a família, estiveram em sua casa em uma comunidade em Santo André (SP)

São Paulo|Kaique Dalapola, do R7

Drama da família foi mostrado no Cidade Alerta desta quarta-feira (13)
Drama da família foi mostrado no Cidade Alerta desta quarta-feira (13)

“Eu moro aqui.” Essas teriam sido as últimas palavras do estudante Lucas Eduardo Martins, 14 anos, antes de ser levado em uma viatura da Polícia Militar, na noite de terça-feira (12), em uma comunidade de Santo André (Grande São Paulo), conforme relata Tereza, mãe do menino.

Leia mais: Moradores protestam por sumiço de garoto em Santo André (SP)

Lucas, 14, está desaparecido
Lucas, 14, está desaparecido

A mulher disse para a Record TV que saiu de cada logo depois de ouvir a frase do filho, e viu o menino sendo levado em uma viatura de adesivagem antiga da PM.

Outra viatura do modelo novo (com predominância branca) seguiu no local e dois policiais militares fardados, um reconhecido como Renato e outro usando capuz para tapar o rosto, invadiu a casa, ainda de acordo com Tereza.


Leia também: Batalhão de Santo André é o que mais mata em SP, diz Ouvidoria

Lucas segue desaparecido. Um irmão e a mãe do menino foram atrás dele, no entanto, encontraram apenas um homem em situação de rua carregando a camiseta que Lucas vestia. O homem teria dito ao irmão do jovem que encontrou a camisa próximo a escola da região.


O irmão e a mãe de Lucas foram até o local e também encontraram o boné do menino.

Na tarde desta quarta-feira (13), familiares de Lucas e moradores da comunidade onde o jovem desapareceu foram para as ruas cobrar respostas sobre o desaparecimento.


Durante a manifestação, a Polícia Militar agiu contra os moradores com a justificativa de impedir o fechamento de uma via que margeia a comunidade.

Durante a dispersão do protesto, moradores afirmam ter sofrido agressões físicas e ameaças por parte dos policiais da Força Tática do 41º Batalhão.

Após o fim do ato na principal via fora da comunidade, a equipe da Record TV pediu para um dos possíveis agredidos por PMs indicar o policial supostamente agressor.

No momento que o morador indicaria o PM suspeito, policiais atiraram contra os moradores e isolou a equipe de reportagem da Record TV. Em seguida, impediu a aproximação de um repórter cinematográfico.

Em entrevista a Luiz Bacci no Cidade Alerta, o capitão André Luís Magalhães Bonifácio, do Centro de Comunicação Social da Polícia Militar, afirmou que "não está conseguindo encontrar tal viatura que fez tal abordagem" e que "está tentando encontrar testemunhas que possam contar o que aconteceu nesta madrugada" e que "vai mobilizar a PM em todo o estado para tentar achar esta criança e saber o que aconteceu".

A reportagem do R7 também pediu informações sobre o caso para a SSP (Secretaria de Segurança Pública), que afirmou que "todas as circunstâncias relativas ao fato são apuradas por meio de inquérito instaurado pelo Setor de Desaparecimento do DHPP da Polícia Civil de Santo André. As equipes da unidade policial realizam diligências para localizar o jovem. A Polícia Militar também instaurou um procedimento para apurar o caso. A corporação acompanha as manifestações realizadas na região".

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