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A morte do ambientalista Adolfo Souza Duarte, conhecido como Ferrugem, que desapareceu após cair de uma embarcação na represa Billings, no Grajaú, zona sul de São Paulo, na noite de 1º de agosto, é investigada. Ele trabalhava como barqueiro e levou um grupo de quatro pessoas para um passeio à noite. Os jovens foram, inicialmente, liberados após serem ouvidos porque, a princípio, teria havido um acidente com a embarcação. Mas a investigação que era sobre um acidente terminou como homicídio
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No dia 24, foram presos Kathielle Souza Santos, Mikaely da Silva Moreno, Vithorio Alax Silva Santos e Mauricius da Silva. A Justiça de São Paulo decretou as prisões após o laudo do IML (Instituto Médico-Legal) apontar sinais de afogamento e marcas no pescoço da vítima que indicavam asfixia. A Polícia Civil apreendeu os celulares dos suspeitos para analisar os vídeos gravados na embarcação. O objetivo é descobrir exatamente o que aconteceu na noite do crime, como teria se dado o estrangulamento de Ferrugem e quem teria praticado o ato
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Após o desaparecimento de Ferrugem, os jovens demoraram a voltar para a margem. Quando isso aconteceu, três deles foram agredidos com socos e chutes por amigos da vítima que desconfiaram da versão apresentada pelo grupo: a de que ele caiu na água. Mauricius, Kathielle e Vithorio, que apresentaram ferimentos em decorrência das agressões, foram encaminhados ao IML (Instituto Médico-Legal) para realização de exame de corpo de delito
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Os amigos pagaram R$ 55 e iniciaram o passeio às 19h16. Segundo depoimento de um dos participantes do passeio, Ferrugem teria colocado colete salva-vidas apenas nas mulheres. Em determinado momento, o barco deu um solavanco, o que fez com que Mikaely e Ferrugem caíssem na água. Na versão dos suspeitos, o grupo jogou uma boia para resgatá-los. Apenas Mikaely teria se segurado na boia, e Ferrugem não foi mais visto. De acordo com a polícia, os quatro jovens não conheciam a vítima
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O sócio de Ferrugem, Adrian, disse que a vítima era responsável por conduzir as embarcações e apenas repassava os valores recebidos. Ele informou que o barco estava com a popa (parte traseira) danificada. O rastreador mostra que ele foi ligado às 19h16 e desligado às 20h12, o que causou estranhamento. Buscas foram feitas por dias na represa Billings até a localização do corpo de Ferrugem no sábado (6). Ele estava próximo à área do desaparecimento
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Ferrugem tinha 41 anos e integrava a ONG Meninos da Billings. Ele trabalhava com viagens de barco para visitantes que quisessem conhecer a represa. A família do ambientalista busca respostas sobre as motivações da tragédia. "Nunca duvidamos que tinha algo errado", disse a esposa Uiara Duarte. "Ainda falta entender por que fizeram isso, qual o motivo, mas nada vai mudar o que aconteceu", ressaltou a viúva