'Golpe da fruta' leva à interdição de três barracas no Mercadão de SP
Consórcio responsável pela gestão do local tenta acabar com prática abusiva através de reuniões com lojistas e multas
São Paulo|Do R7
Reclamações de clientes do Mercado Municipal de São Paulo sobre o "golpe da fruta" já levaram à interdição de três barracas no Mercado Municipal de São Paulo, informou nesta terça-feira (15) o consórcio Novo Mercado, responsável pela gestão do local, com base em queixas reincidentes contra os empreendimentos registradas no seu SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) e no Procon-SP.
"Elas ficam interditadas até demonstrarem que corrigiram os problemas denunciados. A partir daí analisamos se realmente as pendências foram solucionadas e então permitimos a reabertura", explica o diretor-presidente do consórcio responsável pelo local, Alexandre Germano. Além das interdições, onze barracas foram autuadas e outras seis receberam multas.
Conforme revelou reportagem do R7 publicada no dia 6, o comportamento de vendedores de frutas do Mercadão — prática antiga no local — começou a ser denunciado recentemente por centenas de clientes em redes sociais e páginas de turismo.
O roteiro é parecido: as pessoas são recebidas pelos funcionários, que oferecem a elas amostras de frutas bonitas e diversificadas para provar. Enquanto isso, segundo as denúncias, montam bandejas e coagem os clientes a comprar os produtos, geralmente poucas frutas cujo valor fica entre R$ 300 e R$ 800. As queixas também relatam que os vendedores omitem o preço por quilo dos objetos.
O Procon-SP afirma que a tática é abusiva e infringe diversos princípios do Código do Consumidor. O órgão acrescenta que amostras oferecidas pelos estabelecimentos não podem ser cobradas e o preço dos objetos deve estar sempre explícito para os clientes.
“Estamos monitorando as vendas no mercadão, já que numa blitz do Procon-SP, em que a equipe dos fiscais se identifica, mostra as credenciais etc., não é possível constatar a conduta denunciada”, afirma o diretor-executivo do Procon-SP, Fernando Capez.
Após a explosão das denúncias, o consórcio Mercado SP SPE S.A., administrador do Mercadão desde setembro, informou que a nova gestão trabalha para acabar com o problema por meio de reuniões com os lojistas, fiscalização e multas.
Os relatos do "golpe da fruta", no entanto, mostram que a prática é realizada no Mercadão desde muitos anos antes de a concessionária assumir o local. Um perfil criado no Instagram recentemente, com o nome de 'golpe_do_mercadao_sp", já soma mais de 12 mil seguidores com publicações de vítimas da prática.