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Governador de SP afirma que material didático será impresso, além de ter versão digital

Após muitas reclamações, Tarcísio de Freitas decidiu voltar atrás na recusa inicial em adotar material impresso nas escolas

São Paulo|Do R7

O governador Tarcísio de Freitas
O governador Tarcísio de Freitas

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que os alunos da rede estadual vão receber impresso o material didático elaborado pelo governo paulista, além do acesso digital ao mesmo conteúdo. A declaração foi feita no sábado (5) após a inauguração de uma creche em Biritiba Mirim, município que fica a cerca de 90 quilômetros da capital.

Na última terça-feira (1) o governo paulista decidiu não aderir ao material didático e pedagógico do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD), do Ministério da Educação (MEC), ação que gerou bastante polêmica ao longo da semana.

O secretário da Educação do Estado de São Paulo, Renato Feder, resolveu abrir mão de 10 milhões de exemplares para os alunos do ensino fundamental 2 (6º ao 9º ano) em 2024. E anunciou que também não iria mais comprar livros para o ensino médio.

A estratégia do Governo de São Paulo atualmente é a de aulas organizadas em PowerPoint, com cerca de 20 slides, que serão exibidos pelo professor em sala de aula. "A aula é uma grande TV que passa os slides em PowerPoint, alunos com papel e caneta anotando e fazendo exercícios. O livro tradicional, ele sai”, disse, na ocasião, Feder ao Estadão.


O Ministério Público estadual (MPSP) abriu um inquérito para investigar a decisão do Governo de São Paulo de dispensar livros didáticos nas escolas estaduais para usar apenas material digital.

Tarcísio reforçou que sua gestão está desenvolvendo esse material didático. “Mas isso não é novidade no estado de São Paulo, que já tem material próprio há algum tempo. Então, a gente está aperfeiçoando esse material, e nós vamos encadernar esse material e entregá-lo também impresso”, disse ele.


“Ou seja, se o aluno quiser estudar digitalmente, ele vai poder. Se ele quiser estudar no conteúdo impresso, ele também vai ter essa opção. Então, as duas opções vão estar disponíveis.”

O governador afirmou que críticas podem surgir. “Acho que as coisas, às vezes, são mal comunicadas por nós mesmos. Ao longo deste ano, a gente fez um esforço muito grande de criar conteúdo digital. São aulas digitais, mais de 6.000 aulas que foram preparadas. Qual o objetivo disso? Facilitar o esforço do professor e também padronizar, uniformizar. Então, isso vai garantir que um aluno que estará na ponta do Vale do Paraíba vai ter o mesmo conteúdo que vai ser ministrado no Alto Tietê, no Vale do Ribeira, no oeste do estado e na capital paulista”, disse Tarcísio.


Segundo ele, para isso é necessário ter um material didático que seja compatível com as aulas que estão sendo elaboradas, que possam aprofundar o conteúdo e ter exercícios e capacidade de treinamento.

“A gente precisa fechar o ciclo: aula digital, que vai ser ministrada em todas as escolas; o material didático que tem que ser coerente com a aula que será ministrada; tarefa de casa eletrônica, que será uma forma de acompanhar se o aluno está estudando no horário extraclasse. Então, a gente fecha esse ciclo”, afirmou o governador.

Livros oferecidos no PNLD

Como mostrou o Estadão, muitos dos livros didáticos rejeitados pelo Governo de São Paulo para a rede estadual são usados por escolas particulares de ponta na capital, como Bandeirantes, Miguel de Cervantes, Porto Seguro, Nossa Senhora das Graças (Gracinha) e Oswald de Andrade. Os exemplares são os mesmos vendidos no mercado privado, com pequenas adaptações de formato exigidas nos editais públicos.

A decisão de São Paulo tem sido criticada por especialistas, editoras e autores. Na quarta-feira (2), entidades de livreiros do país publicaram um manifesto conjunto contra a decisão, no qual dizem que o PNLD “é um instrumento de garantia de pluralidade, qualidade didático-pedagógica e de transparência”. Entre as organizações estão a Câmara Brasileira do Livro (CBL), a Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros) e a Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrale).

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