Governo de SP diz que tem plano de realizar mais de meio milhão de cirurgias em quatro meses
Segundo os dados oficiais, há 538,1 mil cirurgias pendentes de realização; Objetivo é acabar com a fila de espera
São Paulo|Do R7
O governo de São Paulo anunciou um plano que busca resolver o problema da fila de cirurgias eletivas — aquelas que podem ser agendadas com antecedência — na rede pública de saúde. Segundo os dados oficiais, são 538,1 mil cirurgias pendentes de realização e cadastradas na Central de Realização e a ideia é fazer um mutirão para zerar esse número em quatro meses.
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Segundo o plano, estão contempladas 54 cirurgias ofertadas no SUS (Sistema Único de Saúde) em sete especialidades, como o aparelho circulatório, visão, digestivo e abdominais, osteomolecular e geniturinário, das glândulas endócrinas e em nefrologia. De acordo com o governo, sem o mutirão São Paulo levaria cerca de dois anos para atender a toda essa demanda
Para conseguir adesão ao mutirão de cirurgias, o governo deve pagar um valor adicional de 100% do que é pago pela tabela do SUS para os 54 procedimentos realizados nos serviços municipais, filantrópicos e santas casas paulistas.
Além de receberem o dobro por cirurgia realizada, as unidades também receberão um valor adicional para a realização das consultas de avaliação e exames pré-cirúrgicos. O plano prevê, ainda, a contratação de cirurgias em unidades de saúde privadas do estado.
A notícia é um alívio para os que estão na fila aguardando pela marcação da data de uma cirurgia que, por si só, pode não resolver o problema de um paciente. A enfermeira Renata Inácio Martins Pereira explica que alguns cuidados no pós-operatório são essenciais para a recuperação total de quem acabou de sair de uma cirurgia.
"É fundamental que todo paciente que vá se submeter a qualquer procedimento cirúrgico, seja ele de pequena, média ou grande complexidade, tenha em mente que todo o processo de cuidados no pós-operatório é de extrema importância para o sucesso final da cirurgia proposta; e que o paciente, assim como a equipe da enfermagem, é peça-chave para uma plena recuperação e posterior alta hospitalar", enfatiza.
Ela alerta que não são incomuns os casos de pacientes que não contribuem com a equipe multidisciplinar do hospital ou até mesmo quando já estão em casa e acabam por não seguir as orientações dadas pelos profissionais de saúde, sejam médicos, enfermeiros, fisioterapeutas ou nutricionistas. Segundo a enfermeira, nestes casos, a recuperação pode ser mais lenta, dolorosa e o paciente corre o risco de ter que passar por uma nova intervenção cirúrgica.
"Alguns dos erros cometidos pelos pacientes no pós-operatório estão diretamente ligados com a ansiedade. Por exemplo, a ansiedade de querer alcançar o resultado esperado o mais rápido possível faz com que se esqueçam do tempo que está reservado de fato para a recuperação, que em alguns casos pode levar meses. Também tem a ansiedade em querer retomar as atividades do dia a dia, o que faz com que não cumpram com o tempo de repouso recomendado', ressalta a enfermeira, que tem mais de 10 anos de experiência na área.