Grupo ligado ao PCC é preso durante operação da Polícia Federal em SP
Foram 12 mandados de prisão temporária e 19 de busca e apreensão em cinco cidades do Estado nesta quarta-feira (21)
São Paulo|Plínio Aguiar, do R7
A Polícia Federal prendeu temporariamente 10 pessoas ligadas ao PCC (Primeiro Comando da Capital)na manhã desta quarta-feira (21) durante a operação Frater. Outros dois estão sendo procurados.
Em entrevista coletiva na sede da PF em São Paulo, o delegado regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado em São Paulo, Rodrigo de Campos Costa, disse que o objetivo é “desarticular uma organização criminosa especializada em tráfico de drogas”. A ação também realizou busca e apreensão em 19 endereços.
A operação teve o nome de Frater (irmão em latim), justamente por “prender os principais suspeitos da célula, que são irmãos”, informou.
Segundo a investigação, os detidos fazem parte de um grupo ligado ao PCC. “Houve contato dos presos com membros da facção. Eles recebiam cocaína de São Paulo e a distribuíam na região de Itaquaquecetuba”, afirmou Costa.
O perfil dos presos é bastante variado, de acordo com o chefe da Delegacia de Repreensão a Entorpecentes em São Paulo, Fabrizio Galli. “Dois irmãos que traficavam a droga, além de um pastor, um corretor de imóveis, dois açougueiros, um que tinha uma empresa de automóveis, entre outros”, disse. “O pastor trabalhava diretamente com lavagem de dinheiro”, acrescentou.
Durante a investigação, iniciada há dois anos, foram apreendidos 890 quilos de cocaína, 11 fuzis, duas pistolas, três bloqueadores de telefone celular e uma grande quantidade de munição. “O objetivo era descobrir os destinatários e o destino, que era o mercado varejista de Itaquaquecetuba”, contou Costa.
Galli comentou que o órgão descobriu a origem das armas e como o armamento entrou no País. “Entraram pela fronteira com a Bolívia. As armas eram destinadas a uma empresa nos Estados Unidos, mas que não atua mais no ramo.”
Além de São Paulo, os 31 mandados judiciais foram cumpridos pela PF também em Mogi das Cruzes, Jarinu, Praia Grande e Santo André. Segundo o órgão, foram 12 mandados de prisão temporária e 19 de busca e apreensão.
Os investigados serão indiciados pela prática de crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas, com penas de cinco a 15 anos, e multa de três a 10 anos, respectivamente. Segundo Galli, alguns dos suspeitos irão responder por crime de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, cuja pena é de reclusão de três a seis anos, e multa.