Homem com problemas auditivos é morto a tiros ao demorar para entregar o carro em SP

José Luiz, de 56 anos, entrava em casa quando foi abordado pelo suspeito. Criminoso conseguiu fugir com o veículo

São Paulo|Isabelle Gandolphi, da Agência Record

28/06/2023 - 08h38 (Atualizado em 29/03/2024 - 06h59)

Um homem com problemas auditivos foi morto a tiros ao demorar para entregar o carro para o assaltante. O crime ocorreu em frente a casa da vítima, na rua Javari, no bairro Taboão, em Diadema, região metropolitana de São Paulo, na noite de terça-feira (27).

Câmeras de segurança gravaram a ação. O metalúrgico José Luiz, de 56 anos, entrava na garagem, quando seu cachorro fugiu. Ele deixou o carro, Ford Ka SE plus cinza, do lado de fora, para recuperar o animal.

Quando ia entrar na residência, foi abordado pelo suspeito. Como demorou para entrar o veículo, José acabou baleado.

O criminoso fugiu com o carro e por pouco ainda não atropelou o homem.

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Após o crime, o carro foi abandonado menos de um quilômetro do local do assalto, na rua Albatroz.

José Pereira de Brito, irmão da vítima, informou que eles moram no local desde crianças, há 48 anos. José Luiz era pastor evangélico e uma pessoa de bem, segundo o irmão.

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O caso foi registrado no 3° DP (Diadema).

Com aumento do número de latrocínios em 2013, SP teve casos chocantes. Relembre

De acordo com estatísticas publicadas pela SSP (Secretaria
de Segurança Pública), o número de latrocínios (roubo seguido de morte)
aumentou em 2013 em relação ao ano passado. Do mês de janeiro até outubro de
2013, foram 121 vítimas na capital, 80 na grande São Paulo e 323 em todo o
Estado. Em 2012, os resultados foram 91,
75 e 292, respectivamente, na comparação com o mesmo período. Veja a seguir a opinião de um
especialista em segurança pública e relembre casos

O ex-secretário nacional de segurança pública, José Vicente, explica que o latrocínio é uma morte "que ocorre dentro de uma ação de roubo por algum acidente, preciptação da vítima e, na maioria das vezes, pela crueldade dos criminosos". Para ele, esse tipo de crime nada tem a ver com a desigualdade social ou uso de entorpecentes:

— A droga que tem mais efeito sob um criminoso é o álcool. Outras drogas em pequena quantidade animam o sujeito, em altas quantidades deixam a pessoa sem capacidade de ação. Exagerando muito, 20% dos crimes são praticados em função das drogas. É um mito

O caso mais recente deste ano foi o homicídio de um professor de inglês em dezembro. Ele sofreu uma tentativa de assalto na
zona oeste de São Paulo em
frente ao condomínio onde morava. O professor
tinha acabado de estacionar seu carro, quando foi abordado pelo ladrão que fugiu após atirar na vítima. Há suspeitas de que o professor tenha esboçado alguma reação, o que é comum, segundo Vicente, nesse tipo de crime

Outro caso de preciptação da vítima foi o assassinato de Daniela Nogueira de Oliveira, de 25 anos. O caso foi um dos primeiros crimes do ano. Em janeiro, Daniela, que estava grávida de nove meses, foi baleada quando chegava de carro no condomínio onde
morava, no bairro do Campo Limpo. Um dos
bandidos atirou porque a vítima teria se assustado e feito um movimento
brusco. Os assaltantes fugiram sem roubar nada. O crime foi testemunhado pelo
marido da vítima, que estava na janela do apartamento do casal. O bebê sobreviveu

No mês seguinte, o dono
da imobiliária Esquema, na zona sul de São Paulo, João Alberto de
Camargo Cardoso, foi baleado com três tiros dentro de seu próprio
estabelecimento. Segundo a polícia, ele teria sofrido uma tentativa de assalto. Testemunhas disseram que o criminoso queria o relógio que Cardoso usava

Em abril, um exemplo da crueldade de criminosos, a qual se refere o ex-secretário nacional de segurança pública, foi a morte do estudante universitário Victor Hugo Deppman, de 19 anos. Ele voltava da faculdade quando foi rendido por dois homens que dirigiam uma moto.

Um deles desceu do veículo e apontou uma arma para o universitário que deu o celular e, quando se preparava para entregar a mochila, foi baleado na cabeça, em frente ao condomínio onde morava, na zona leste de São Paulo. Ele não havia reagido. Após o disparo, o bandido fugiu na garupa da moto de um comparsa que o esperava perto do condomínio

Em maio, o
empresário Fernando Guerreiro Abdalla, de 29 anos, foi assassinado por ladrões na
região na zona norte de São Paulo. Abdalla tinha acabado de fechar sua academia, quando foi abordado
por dois criminosos que ocupavam uma moto. Ele levantou os
braços para mostrar que iria obedecer aos criminosos, mas foi baleado mesmo sem reagir. Os bandidos fugiram
levando a moto da vítima. O irmão do empresário morreu há seis anos também
durante um assalto. Abdalla era casado e deixou dois filhos

Em agosto, um homem de
42 anos foi morto em uma tentativa de assalto na zona
sul da capital. A vítima dirigia uma BMW quando foi
abordada por criminosos armados. Ele teria tentado acelerar o carro e foi
atingido por, pelo menos, três tiros. Segundo a polícia,
nada foi roubado, mas a suspeita é que o motorista tenha sofrido uma tentativa
de assalto

No mesmo mês, uma psicóloga de 29
anos foi baleada e morta durante um assalto na zona leste. Ela estacionou o carro perto da faculdade onde estudava e foi
abordada por ladrões. Depois de estacionar o carro, um dos bandidos entrou no
automóvel pela porta do passageiro. No mesmo momento, outro homem entrou pela
porta traseira do carro. O bandidos atiraram e fugiram

Um pai e o filho
morreram após serem baleados em uma tentativa de assalto na zona
leste, em novembro de 2013. Segundo a PM, os dois
foram abordados por pelo menos dois bandidos que queriam levar o carro deles.
Durante a tentativa de roubo, o pai foi atingido por uma bala. O filho correu
atrás do bandido e acabou sendo baleado também. Os criminosos fugiram em outro
veículo sem levar o automóvel das vítimas

Após dez dias no
Brasil, dois empresários foram mortos no litoral de São Paulo no começo de
dezembro deste ano. O caso aconteceu na rodovia Anchieta. Eles estavam hospedados em Guarulhos e alugaram
um carro para conhecer o litoral. Na volta, foram atacados por ladrões quando
passavam por Cubatão, a 56 km da capital paulista. Um dos sócios, Dean William
Tiessen foi baleado depois de entregar todos os pertences sem reagir

De acordo com estatísticas publicadas pela SSP (Secretaria de Segurança Pública), o número de latrocínios (roubo seguido de morte) aumentou em 2013 em relação ao ano passado. Do mês de janeiro até outubro de 2013, foram 121 vítimas na capital, 80 na grande São Paulo e 323 em todo o Estado. Em 2012, os resultados foram 91, 75 e 292, respectivamente, na comparação com o mesmo período. Veja a seguir a opinião de um especialista em segurança pública e relembre casos