Homem que atropelou usuário de patinete se apresenta à polícia
Acidente ocorreu no cruzamento da avenida Brasil com rua Guadalupe, nos Jardins, em São Paulo, na terça-feira (7). Homem irá responder em liberdade
São Paulo|Raphaela Bellinati, da Agência Record*
O homem que atropelou com carro um usuário de patinete, no bairro dos Jardins, em São Paulo, na terça-feira (7), se apresentou à Polícia Civil na tarde desta sexta-feira (10).
O pintor informou ao delegado que estava a caminho do trabalho quando o acidente ocorreu, no cruzamento da avenida Brasil com a rua Guadalupe, por volta de 5h40. Eronildo da Silva Chaves, de 46 anos, estava atravessando a faixa de pedestre quando foi atingido pelo carro.
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Segundo o depoimento, ele teria receio de voltar para prestar socorro "por causa do horário". A vítima, por sua vez, sofreu ferimentos na cabeça e fraturou a perna — ele foi socorrido ao Hospital do Exército, onde passou por cirurgia e deve receber alta em breve.
O acidente ocorreu por volta de 5h40. De acordo com o advogado do homem que atropelou o usuário, foi feita uma ligação para a Polícia Militar duas horas após o atropelamento. Ele diz, ainda, que a "vítima estava armada" e que "parecia muito bravo".
O pintor foi indiciado por lesão corporal ao volante com o agravante da fuga do local, e irá responder em liberdade. O carro foi apreendido. O caso foi registrado no 78º Distrito Policial (Jardins).
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Procon
A Fundação Procon de São Paulo notificou quatro empresas que alugam patinetes elétricos e bicicletas na capital paulista para que elas forneçam informações sobre o aumento do número de acidentes envolvendo esses meios de locomoção. Segundo o Procon, o objetivo é avaliar se o serviço prestado pelas empresas garante segurança aos consumidores.
Foram notificadas as empresas Itaú Unibanco, Rappi Brasil Intermediação de Negócios, Scoo Mobilidade e Yellow Soluções de Mobilidade.
O Procon solicitou informações gerais sobre o serviço, entre elas, as restrições de uso, a velocidade máxima atingida pelos equipamentos, as informações fornecidas aos consumidores sobre riscos e regras de trânsito e a oferta de equipamentos de segurança.
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“O que nós perguntamos para as empresas é se a informação prestada sobre o risco do serviço é suficiente para o consumidor saber que, apesar de parecer um brinquedo ou uma coisa inofensiva, ele corre risco. Perguntamos também se eles informam sobre a necessidade de itens de segurança bem como se fornecem equipamentos de segurança para o usuário”, disse o diretor de atendimento e orientação do Procon-SP, Rodrigo Tritapepe.
Caso as informações não sejam prestadas, o Procon pode entender que a empresa cometeu uma infração e aplicar penalidades.
Acidentes
O Procon também solicitou dados sobre a quantidade de acidentes ocorridos durante a locomoção com patinetes elétricos e bicicletas alugadas. Segundo Rodrigo Tritapepe, apesar de não haver um levantamento com relação a esse número, a fundação tem observado um aumento de casos, o que tem gerado preocupação.
“Já temos acompanhado isso há pelo menos 30 dias, com nosso núcleo de pesquisas”, disse em entrevista à Agência Brasil.
Ainda segundo ele, o Procon está em contado com órgãos de segurança de São Paulo e as secretarias de saúde para tentar contabilizar, oficialmente, o número de acidentes.
Com as respostas das empresas que alugam patinetes e bicicletas, o Procon pretende saber ainda se o serviço vem sendo prestado de forma correta.
“O patinete é um serviço novo, que teve um boom este ano. É uma novidade para todo mundo. Mas entendemos que a informação deve ser clara, informando o risco para o usuário, oriente ele quanto às regras de trânsito, de velocidade, de tráfego e de condições de uso. E, em segundo, que esse serviço seja bem prestado. Ou seja, o patinete ter perfeita manutenção, ter os freios funcionando, ter estabilidade e que os itens de segurança sejam fornecidos para o consumidor”, disse.
*Estagiária da Agência Record, sob supervisão de Celso Fonseca
*Com informações da Agência Brasil