Ilustradora sofre golpe do chip de celular; veja cuidados para evitar ação dos estelionatários
Na modalidade conhecida como SIM Swap, os golpistas conseguem cancelar a linha das vítimas e habilitar um novo chip
São Paulo|Do R7
Imagine ficar, de repente, sem o sinal do celular e ter todas as contas das redes sociais invadidas. Isso aconteceu com a artista e ilustradora Bruna Bandeira na segunda-feira (8), em São Paulo. Ela foi mais uma vítima do golpe do chip. Nessa modalidade de crime, o estelionatário vai até uma loja da operadora, após obter o número da vítima, apresenta documentos falsos e transfere o número para outro chip, em outro aparelho. Com isso, o dono da linha fica sem sinal.
Com o sequestro do número do celular, os golpistas conseguem entrar nas contas das vítimas, solicitando o código de recuperação de senha para alterá-la. Dessa forma, o dono do aparelho perde todo o acesso aos aplicativos. O golpe é também conhecido como SIM Swap, que em inglês significa troca do chip.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
Bruna contou, em suas redes sociais, que estava em sua casa, por volta das 22h, quando o sinal do celular parou de funcionar. Após alguns minutos, ela também perdeu o acesso das contas bancárias e das redes sociais. Como o aparelho ainda estava conectado ao Wi-Fi, a artista conseguiu manter o vínculo com o WhatsApp e avisar os amigos e a família sobre o golpe.
Há dez anos, Bruna tem um perfil no Instagram, chamado Imagine e Desenhe, com mais de 450 mil seguidores, onde divulga seu trabalho artístico e realiza diversas parcerias. Desde o golpe, ela perdeu o acesso à conta, ou seja, suas atividades foram completamente paralisadas.
Os estelionatários também utilizaram o perfil para aplicar golpes nos seguidores, de acordo com Bruna. Aproveitando a credibilidade e o alcance da conta, os criminosos fizeram montagens com as fotos da ilustradora pedindo transferências bancárias como uma forma de investimento. Em troca, os seguidores receberiam quantias maiores de dinheiro.
“Eu já cai em golpes de redes sociais. Então, eu entendo. Pegam a vulnerabilidade e a credibilidade da pessoa e aplicam os golpes", relatou Bruna em seu perfil pessoal no Instagram. “Foi péssimo pegar meu perfil pessoal e ver quantas pessoas caíram no golpe. Você se sente culpada, porque está em seu nome. Mas eu estava de mãos atadas”, desabafa.
No mesmo dia, a ilustradora registrou um boletim de ocorrência e, depois, procurou a Delegacia de Crimes Cibernéticos e o 35° Distrito Policial do Jabaquara. Ela ainda bloqueou o número do celular com a operadora TIM.
Confira dicas para não cair no golpe
Para reduzir o risco de cair no golpe do chip, a Polícia Civil orienta os donos das linhas telefônicas a adotarem algumas estratégias, como:
• Mudar a maneira de recuperar as senhas. Em vez de fornecer o número do celular, criar um novo email exclusivamente para mudança de senhas;
• Acionar o bloqueio do cartão SIM nas configurações do celular, criando uma nova senha.
O que fazer quando cair no golpe?
• Comunicar imediatamente a operadora de telefonia para cancelar o chip;
• Registrar um boletim de ocorrência em um delegacia física ou na delegacia online;
• Entrar em contato com as redes sociais e instituições bancárias que podem ser invadidas pelos estelionatários.
O que diz a TIM?
"A TIM esclarece que adota protocolos rígidos de segurança — que são revisados constantemente para evitar ações indevidas nas linhas — e está à disposição para corrigir imediatamente qualquer irregularidade nos acessos.
Para casos de “SIM Swap”, a companhia sugere o registro de um boletim de ocorrência, além de contato com redes sociais, instituições bancárias e outros apps que possam ser acessados pelos criminosos. Recomenda ainda, como forma de proteção, medidas como autenticação de dois fatores, evitar uso de SMS ou ligação telefônica para recuperação de senha e habilitação de senhas de segurança no SIMCard. O caso citado já está em análise para que a companhia tome as medidas necessárias."