Incêndio muda rotina de lojistas e moradores do maior centro comercial da América Latina
Chamas começaram em um prédio onde funcionam lojas de brinquedos e artigos de festas, e se alastraram pela região
São Paulo|Isabelle Amaral*, do R7
O incêndio que atingiu um prédio comercial no centro de São Paulo e se alastrou por outros três edifícios mudou completamente a rotina de trabalho de lojistas e moradores nesta segunda-feira (11). A região onde as chamas começaram, próximo à rua 25 de março, é considerada o maior centro comercial da América Latina.
"A fumaça tóxica está muito forte aqui, estou impossibilitada de trabalhar", disse a comerciante Patrícia Shu, que precisou mandar as funcionárias que trabalham com ela de volta para casa na manhã de hoje.
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Após o incêndio, muitas pessoas se aglomeram no entorno da 25 março, pegas de surpresa ao notar a dimensão das chamas. Elas permaneceram nas ruas observando o trabalho do Corpo de Bombeiros e registrando as cenas com os celulares.
Em entrevista ao R7, Jonathan Santos, outro comerciante da região, afirmou que o clima é de "tensão e medo". Segundo ele, a maioria dos comércios localizados perto da rua Barão de Duprat, na Sé, não conseguiu abrir as portas.
Santos disse ainda que, apesar de o dia de trabalho não ter sido afetado pela distância entre os empreendimentos incendiados e o local em que trabalha, "a fumaça é vista e sentida a quilômetros de distância".
Fernanda Lima afirma que foi dispensada do trabalho nesta manhã por causa do incêndio. "Meu chefe disse que não quer arriscar, a gente trabalha bem perto dali. Além da fumaça, tem todos os outros riscos que a gente corre, o prédio está claramente instável", relata.
Trabalho do Corpo de Bombeiros
O Corpo de Bombeiros vem trabalhando para extinguir as chamas no comércio desde a noite deste domingo (10), e o trabalho segue na manhã desta segunda. De acordo com a última atualização da corporação, há 25 viaturas e 65 profissionais tentando apagar os focos de incêndio.
O prédio, onde funcionam lojas de brinquedos e artigos de festas, tem oito andares, e o fogo consumiu boa parte da construção. Inicialmente, os brigadistas não conseguiram entrar no imóvel. Somente por volta das 4h puderam iniciar o trabalho no edifício para fazer o combate interno.
O fogo se alastrou também por outras três construções na região, que, segundo o comandante do Corpo de Bombeiros Jefferson de Mello, "estão condenadas".
Durante os trabalhos, dois bombeiros sofreram queimaduras e tiveram de ser levados ao pronto-socorro do Hospital Tatuapé. Um deles com 36% e o outro com 18% do corpo atingido com queimaduras de segundo grau.
* Estagiária, sob supervisão de Fabíola Perez