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Jovem é roubado e esfaqueado por moradores de rua em saída de festa universitária no centro de SP

A vítima foi ferida em três partes do corpo e socorrida no ambulatório do evento. Consciente, ele se recupera no hospital

São Paulo|Sandra Lacerda*, do R7


Festa do Branco, no vale do Anhangabaú, na madrugada entre sábado (1º) e domingo (2)
Festa do Branco, no vale do Anhangabaú, na madrugada entre sábado (1º) e domingo (2)

Um jovem foi atingido por golpes de faca na saída de uma festa universitária, na rua Líbero Badaró, no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, por volta das 4h30 do último domingo (2). 

A tradicional Festa do Branco, que leva esse nome pelo código de vestimenta indicado, é organizada pelo Diretório Acadêmico Guerreiro Ramos, da faculdade ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). A noite de diversão, marcada por shows como os de Matuê, Luísa Sonza e MC Livinho, teve um fim trágico para o estudante de arquitetura e urbanismo. 

Na saída do evento, o universitário foi roubado e esfaqueado por moradores de rua que rondavam as grades que cercavam o local. Ele foi atingido na região do tórax, em um dos bíceps e em um antebraço e se recupera no hospital.

Além da grade

Um jovem de 20 anos, estudante do curso de jornalismo da ESPM, contou ao R7 que encontrou a vítima enquanto aguardava o carro solicitado por aplicativo na área externa ao evento. “Vi que havia um jovem sentado no chão, de cabeça baixa. Observei uma movimentação estranha de uma das seguranças, que foi até ele e voltou correndo para a área interna do evento, falando no rádio. Logo em seguida, uma equipe de bombeiros foi em direção ao garoto”, disse.


A vítima levou três facadas
A vítima levou três facadas

A princípio, o estudante pensou que o rapaz estivesse passando mal, mas olhou com atenção e logo percebeu uma poça de sangue em volta dele. “Entrei em pânico, nunca tinha visto uma cena desse tipo. Minha vontade era ir embora o mais rápido possível. Pensei que alguém poderia estar perdendo a vida, e agora a imagem está na minha cabeça. É um trauma que não vai passar tão cedo.”, contou.

Para encontrar o carro que o levaria embora do local, o estudante, sozinho, precisou ir até a área externa às grades de segurança e subir uma rua. “No caminho me deparei com gotas de sangue no chão, o que indica que o garoto teria subido a rua também para ir ao metrô ou procurar o carro quando foi abordado”, suspeitou.


Durante o trajeto, o jovem contou que foi perseguido por um homem, que andava com uma das mãos no bolso de trás da calça. “Ele começou a me marcar. Eu ia para um lado, ele seguia para o mesmo lado. Nisso, voltei correndo para a festa, no maior desespero”, contou.

Conforme o estudante de jornalismo, o local era muito perigoso e estava cercado por muitos moradores de rua. "Após a grade, era ou correr para o carro ou ficar na parte interna", disse.


Primeiros-socorros

A testemunha diz ter visto ao menos cinco bombeiros no local para auxiliar a vítima. O jovem esfaqueado foi carregado e levado até o ambulatório do evento. A avaliação da equipe médica local constatou que, embora o paciente tivesse perdido uma quantidade considerável de sangue pelos ferimentos, estava em “regular estado geral, lúcido e orientado em tempo e espaço”.

Em nota, a equipe médica disse ter realizado sutura e ponto falso nas regiões dos ferimentos, além de ter administrado soro fisiológico. “Paciente permaneceu com quadro hemodinâmico estável e alívio da dor”, escreveu. Após a estabilização e o alívio dos sintomas, o jovem foi transferido para uma unidade hospitalar.

Organização

Em nota, o Grupo TOY, responsável pela realização do evento, "lamenta o ocorrido" e diz que "desde o primeiro momento, foi prestado o suporte adequado, bem como monitorado o estado de saúde do convidado, além da solidarização para com seus acompanhantes".

A empresa ainda esclarece que "a realização do evento seguiu todos os protocolos, licenças e normas obrigatórias solicitadas pelos órgãos públicos e pela concessionária do espaço para sua realização" e destaca que "as autoridades policiais foram notificadas da data e hora do evento, bem como do público esperado, assim como o Corpo de Bombeiros e a CET".

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A ESPM afirmou que o Diretório Acadêmico e a empresa TOY são os responsáveis pela festa e que todos os procedimentos de segurança, incluindo a “contratação de efetivo estendido até as intermediações do metrô São Bento”, deveriam ser garantidos pela produtora terceirizada. A instituição de ensino também informou que a Festa do Branco é um evento aberto ao público, e a vítima não era aluno da ESPM.

Quando questionado sobre possíveis novos eventos no local, o estudante de jornalismo afirmou que nunca mais frequentará o vale do Anhangabaú para festas universitárias. "Faltou uma preocupação da grade para fora, visto que os moradores estavam em grande quantidade, a menos de 1 metro dos alunos", disse.

*Estagiária sob supervisão de Isabelle Amaral

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