Justiça de SP aceita denúncia contra donas e funcionária de escola
Três mulheres que trabalham na Escola Colmeia Mágica foram denunciadas por tortura e maus-tratos contra nove crianças
São Paulo|Do R7
A Justiça de São Paulo aceitou nesta terça-feira (10) a denúncia do Ministério Público contra as duas proprietárias e uma funcionária da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica. São elas as irmãs e donas da escola Roberta Regina Rossi Serme Coutinho da Silva, de 41 anos, e Fernanda Carolina Rossi Serme, de 37, além da funcionária Solange da Silva Hernandez. Agora as três são rés pelos crimes de tortura e maus-tratos contra nove crianças.
Ao oferecer a denúncia, o Ministério Público também informou que o trio ainda pode responder por associação criminosa e determinou a continuação das investigações policiais para apurar se há outros criminosos e vítimas no caso. Elas já haviam sido indiciadas pela Polícia Civil. O inquérito policial foi realizado pela 8ª Cerco (Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas).
Roberta e Fernanda estão presas preventivamente na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, de Tremembé, no interior de São Paulo. A primeira foi presa no dia 28 de abril, e Fernanda, no dia 25 do mesmo mês. Solange responde ao processo em liberdade.
O caso
O caso veio à tona após vídeos sem data circularem nas redes sociais. As imagens mostravam crianças com os braços amarrados, sendo alimentadas dentro de um banheiro e chorando copiosamente.
Segundo relatos de pais e mães, várias denúncias contra a escola são antigas. Após a denúncia formal, as redes sociais do colégio foram retiradas do ar. Os muros da escola foram pichados com palavras de ordem como "desumano", "crime", "lixo" e "justiça", que foram apagadas com uma tinta preta.
Além da Polícia Civil, a Prefeitura de São Paulo abriu apuração contra a escola, por meio da Diretoria Regional de Educação da área. Os registros oficiais afirmam que a unidade funcionou por cerca de 16 anos sem a permissão da gestão municipal.
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Outro lado
Na época que as acusações surgiram, as representantes da escola reconheceram que os vídeos e imagens de crianças amarradas foram gravados dentro das dependências do estabelecimento, mas afirmaram que o material foi forjado para prejudicar a instituição.
"Os representantes da escola foram surpreendidos e ressaltam que se trata de imagens feitas sem a anuência, sem consentimento e desconhecidas da prática escolar", informaram as representantes.
"Mais do que ninguém, a instituição quer saber o propósito dessas acusações incabíveis, inverídicas e aterrorizantes em que foram expostas. A escola foi 'condenada', antes das averiguações policiais e das investigações cabíveis. Sem uma comprovação confiável, está sendo acusada cruelmente e injustamente."