Justiça Militar absolve policial da acusação de matar violinista agredido
Ryan dos Santos andava de moto quando foi atingido na cabeça com cassetete. Ele perdeu o controle do veículo e morreu ao bater
São Paulo|Letícia Dauer e Isabelle Gandolphi, da Agência Record
A Justiça Militar inocentou o policial militar Alexandre Aquino de Oliveira pela morte do violinista Ryan Rogério dos Santos, que foi agredido na cabeça com um cassete, em maio de 2016. Na decisão, de 29 de dezembro de 2021, o juiz descarta que a agressão tenha causado a morte.
O jovem de 18 anos estava pilotando uma motocicleta em frente à Escola Estadual Professor Natalino Fidêncio, em Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo, quando o policial militar deu um golpe de cassetete na parte de trás de sua cabeça. Ryan perdeu o controle da direção, bateu em um poste e morreu.
De acordo com a decisão do juiz Marcos Fernando Theodoro Pinheiro, o local da agressão e do acidente são separados por metros de distância. "Quem recebe um impacto na cabeça e se desorienta não conduz a motocicleta por tamanha distância e em tal velocidade", afirma o magistrado.
"Ocorre que esse golpe de tonfa não causou a morte do civil. Não há nexo de causalidade entre o golpe e o resultado da morte", finaliza o juiz. A decisão é de 29 de dezembro de 2021.
O caso
Ryan Rogério dos Santos morreu após receber um golpe de cassetete, se desequilibrar de sua moto, cair e bater a cabeça na parede na rua Juscelino Kubitscheck, em Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo. O caso ocorreu em 2019.
De acordo com uma testemunha, Ryan estava em uma motocicleta, de capacete e em baixa velocidade, quando passou em frente a uma escola estadual, onde uma viatura da ronda escolar da Polícia Militar estava estacionada. Ao passar perto do veículo, o jovem teria sido agredido com um cassetete na cabeça.
Uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionada, socorreu Ryan e o encaminhou ao Pronto-Socorro Vila Dirce, mas ele não resistiu aos ferimentos.