Justiça nega pedido habeas corpus ao ex-médico Roger Abdelmassih
Ex- médico condenado a 181 anos cumpria prisão em casa desde 2017, mas teve o benefício suspenso após denúncias de fraude em atestado médico
São Paulo|Do R7, com informações da Record TV
A justiça negou mais uma vez, no fim de semana, um pedido de habeas corpus ao ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão por abusar sexualmente de 37 pacientes em 2010 em uma clínica que possuia em São Paulo. As informações são da Record TV.
Há uma semana, ele teve a prisão domiciliar cassada. A decisão foi após reportagens do Domingo Espetacular e do Jornal da Record, ambos da Record TV, mostrarem denúncia de fraude em atestado médico.
Ele havia conseguido o direito de cumprir a pena em casa em junho de 2017. Na ocasião, a juíza Sueli Zeraik, da 1ª Vara de Execuções Penais, de Taubaté, havia concedido a medida em caráter provisório. Em fevereiro de 2018, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu a prisão domiciliar definitiva.
Mas após o médico Carlos Sussumo Hasegawa, que cuidou de Abdelmasshih na prisão e também está preso, afirmar que ele teria forjado os problemas cardiológicos, uma nova investigação por fraude foi aberta.
Sussumo disse que indicou a Roger artifícios para manter um quadro de pressão alta, o que favoreceu o diagnóstico de cardiopatia grave e levou a Justiça a liberar a prisão domiciliar ao ex-médico.
A defesa de Roger Albdelmassi disse que ele foi atendido poucas vezes por Carlos Sussumo e que passou por outros profissionais que validaram o mesmo laudo. O ex-médico circulou pelo prédio da polícia sentado em uma cadeira de rodas e com uma bolsa urinária presa a perna.
Abdelmassih estava com a mulher no apartamento de 380 metros quadrados quando foi surpreendidos pela polícia. A casa, segundo a polícia, não possui uma estrutura adaptada para cadeira de rodas. O ex-médico deve ficar pelos próximos 30 dias em um hospital penitenciário.
Mandado de prisão
A Polícia Civil cumpriu no final da tarde desta terça-feira (13) o mandado de prisão expedido pela juíza Andrea Barreria Brandão, no prédio onde Abdelmassih mora, nos Jardins, em São Paulo.
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O ex-médico deverá ficar por 30 dias preso para que uma perícia judicial seja realizada. Ele foi levado ao Hospital Penitenciário de São Paulo, na zona norte da capital paulista.
A juíza afirma haver ‘graves denúncias que constam deste pedido de providências, apontando indícios de que o sentenciado fez uso de seus conhecimentos médicos para ingerir medicações que levaram a complicações e descompensações intencionais, a fim de alterar a conclusão da perícia judicial’.
“Necessário se faz que o sentenciado permaneça em ambiente controlado, recebendo seu arsenal terapêutico de forma regular e sob supervisão médica, até a realização de nova perícia judicial”, afirma a senteça.