Licença cassada, fraude e voo clandestino: saiba quem é o piloto do helicóptero que sumiu
Cassiano Tete Teodoro havia tirado uma nova habilitação, mas ela não permitia que ele fizesse voos comerciais com passageiros
São Paulo|Isabelle Gandolphi, da Agência Record
![Cassiano teve sua licença cassada em 2021](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/3O6NCCAPVJLGPJFFZAYLO4J4LQ.jpg?auth=41cf1c692e569433de03f6469da3b6eb31adaac35372c20d4f912277f37a8c5d&width=442&height=240)
Cassiano Tete Teodoro, piloto do helicóptero que desapareceu em São Paulo com destino a Ilhabela no último domingo (31), teve sua licença e todas as suas habilitações caçadas em setembro de 2021 por condutas infracionais graves a segurança.
Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Cassiano foi cassado por evasão de fiscalização, fraudes em planos de voos e práticas envolvendo transporte aéreo clandestino.
Na época, a defesa do piloto recorreu à Justiça, que manteve a decisão da Anac. Porém, em outubro de 2023, Cassiano foi liberado para tirar outra habilitação — mas ela não dava autorização para realização de voos comerciais de passageiros.
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Ainda de acordo com as informações da agência, o registro aeronáutico brasileiro tem cadastrado nome de Izaura Tete Toleto, mãe do piloto, como uma das proprietárias do helicóptero, que não tem permissão para operar como táxi aéreo.
A defesa de Cassiano informou, por meio de nota, que no caso que aconteceu em junho de 2019, o piloto havia recebido autorização para o acionamento dos motores e começou o procedimento de táxi da aeronave, para chegar a área de decolagem.
Porém, durante o táxi, surgiram duas pessoas, sem qualquer identificação visível, acenando para o piloto. A defesa afirma que, como Cassiano não viu os coletes normalmente usados pelos funcionários da Anac, ele decidiu decolar, já que tinha autorização da torre de controle.
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Depois foi descoberto que as duas pessoas eram funcionárias da agência e estavam no local para realizar uma fiscalização na aeronave, o que resultou na cassação da habilitação de Cassiano.
Sobre a acusação da realização de voos sem autorização, a defesa preferiu não comentar até averiguar todos os fatos junto a Cassiano.
Helicóptero desaparecido
![Buscas pelos desaparecidos continuam](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/RH2UE7EZ6ROUVEAN47IHYASD6Y.jpg?auth=03e663e22032070a3073052fad8dcabf64166e6127558601605ab8dcf8c3f123&width=442&height=240)
O helicóptero decolou do Aeroporto de Campo de Marte, em Santana, na zona norte de SP, às 13h15 de domingo e tinha como destino o município de Ilhabela, litoral norte de São Paulo. O último sinal do radar foi registrado às 15h10, na Serra do Mar, na região de São José dos Campos.
Além de Cassiano, na aeronave também estavam presentes três tripulantes identificados como Luciana Marley Rodzewics Santos, de 46 anos, a filha Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos, e um amigo da família, Raphael Torres.
As buscas pelo helicóptero foram retomadas na manhã desta quarta-feira (3) na Serra do Mar, na região de São José dos Campos, no interior de São Paulo. Um Águia 24 do Grupamento Aéreo da Polícia Militar se deslocou para a região para prestar apoio ao helicóptero da FAB (Força Aérea Brasileira).
Último contato
Letícia gravou vídeos do mau tempo para enviar ao namorado e informar que a aeronave estava retornando. Ela também mandou mensagens dizendo que o clima estava muito perigoso para seguir o voo.
A empresa responsável pela aeronave informou os familiares de Luciana, na terça-feira (2), que o helicóptero chegou a pousar por conta das condições meteorológicas.
Pouco tempo depois, eles levantaram voo novamente, perderam o sinal e desapareceram. O último contato com a aeronave foi às 15h10.
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