Luiz Antônio Fleury Filho, ex-governador de São Paulo, morre, aos 73 anos
Político governou o estado entre 1991 e 1994 e morreu nesta terça (15). Causa da morte não foi divulgada
São Paulo|Do R7
Luiz Antônio Fleury Filho, ex-governador de São Paulo, morreu nesta terça-feira (15), na capital paulista, aos 73 anos de idade. A informação foi confirmada por Baleia Rossi, presidente do MDB, no Twitter.
Nascido e criado em São José do Rio Preto e Porto Feliz, Fleury foi deputado, promotor de Justiça e professor de direito. Filiado ao MDB-SP, ele era membro da Executiva Estadual. Em 1973, formou-se bacharel em direito e, no mesmo ano, foi aprovado no concurso para a promotoria pública, após ter dedicado nove anos à carreira de policial militar, chegando ao posto de tenente.
O ex-governador era o chefe do Executivo paulista à época do episódio conhecido como o massacre do Carandiru, que aconteceu em 1992. Em seu depoimento no julgamento do caso, mais de vinte anos depois, em 2013, Fleury defendeu a invasão do complexo penitenciário por tropas da Polícia Militar para conter uma briga entre detentos que terminou em um dos episódios mais sangrentos do sistema prisional brasileiro, com 111 presos mortos.
Fleury comentou que, na tarde do dia 2 de outubro de 1992, recebeu a informação de que os presos estariam até mesmo machucando outros detentos. Ainda durante seu depoimento, o ex-governador afirmou que "a entrada foi absoluta, necessária e legítima".
Ele também confirmou que, no seu governo, o então secretário de Segurança Pública do Estado, Pedro Franco, também testemunha da defesa no processo, tinha autonomia para agir.
Massacre do Carandiru
Em 1992, Fleury era o governador de São Paulo quando uma discussão entre dois presos deu início a uma rebelião no pavilhão nove do Complexo Prisional da Casa de Custódia do Carandiru. Com a confusão, a tropa de choque da Polícia Militar, comandada pelo coronel Ubiratan Guimarães, foi chamada para conter a revolta e invadiu o local.
Ao todo, 286 policiais militares entraram no complexo penitenciário; destes, 74 foram condenados pela morte dos detentos.
Ubiratan Guimarães chegou a ser condenado a 632 anos de prisão, porém um recurso absolveu o réu e ele não chegou a passar um dia na cadeia. Em setembro de 2006, Guimarães foi encontrado morto com um tiro na barriga em seu apartamento nos Jardins. A ex-namorada dele, a advogada Carla Cepollina, foi a julgamento em novembro de 2012 pelo crime e absolvida.