Marcola volta para presídio que o PCC planejou invadir com 100 homens para libertá-lo
Em 2022, líder da facção havia sido transferido para Rondônia, onde ficou por quase um ano antes de voltar para Brasília
São Paulo|Isabelle Amaral, do R7
Condenado a mais de 330 anos de prisão, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como o principal chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi transferido do presídio de Porto Velho, em Rondônia, para o de Brasília, no Distrito Federal, onde ele esteve preso até março de 2022. O local é o mesmo que já foi alvo de planos do PCC para a libertação de Marcola, tendo sido uma das estratégias estudadas uma invasão com mais de 100 homens.
Apesar da descoberta da polícia, o Depen (Departamento Penitenciário Nacional) informou à época apenas que “as transferências de presos são medidas rotineiras efetivadas por indicação da inteligência penitenciária”. Agora, Marcola retorna para Brasília depois de um novo plano de fuga ter sido descoberto para retirá-lo do presídio de Porto Velho.
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Os planos de resgate de Marcola na penitenciária federal de Brasília se dividiam em três, segundo investigação da Polícia Federal. Eles eram intitulados STF, STJ e Suicida, começaram a ser pensados em 2019, quando o traficante chegou ao presídio do Distrito Federal, e tinham táticas distintas.
Os nomes em referência ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) teriam sido adotados possivelmente para que Marcola, seu advogado e possíveis visitas, como a esposa dele, abordassem o tema sem ser notados.
A ideia era, pelo plano STF, invadir o presídio com cem homens armados e com bombas. Já o plano STJ tratava do sequestro de autoridades e familiares para negociar a liberação dos presos. O plano Suicida, por sua vez, previa uma rebelião que culminaria na libertação de Marcola.
Após a descoberta, em março do ano passado, Marcola foi transferido para Rondônia. Na época, a remoção foi um pedido do então governador do DF, Ibaneis Rocha, atualmente afastado do cargo por decisão do STF em razão dos atos golpistas de 8 de janeiro.