Marmitas marcam ato contra morte de jovem por policiais em SP
Gabriel, de 19 anos, foi morto em operação de policiais à paisana que teriam confundido uma marmita com uma arma
São Paulo|Do R7
Manifestantes realizaram um protesto nesta terça-feira (26) em São Paulo contra a morte do jovem Gabriel Araújo, de 19 anos, pela Polícia Civil no dia 20. Segundo o relato de moradores da Favela do Piolho, localizada na zona sul, o rapaz teve sua marmita confundida com uma arma por policiais que haviam entrado na comunidade à paisana.
Enquanto almoçava, o jovem, que trabalhava como entregador de comida por aplicativo, teria se assustado ao ver a dupla e corrido, sem saber que eram policiais. Um dos agentes atirou.
Já a Polícia Civil nega essa versão e afirma que houve reação à operação contra o tráfico de drogas realizada no local.
O protesto foi realizado diante do Masp (Museu de Arte de São Paulo), importante cartão-postal da cidade, localizado na Avenida Paulista. A manifestação foi organizada pelas ONGs Rio de Paz e Mochileiros de Cristo. Foram colocadas no chão 200 marmitas cheias de areia vermelha e uma faixa com a frase "Era uma marmita. Justiça por Gabriel".
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Moradores da Favela do Piolho também realizaram protestos nos últimos dias na Avenida Jornalista Roberto Marinho, onde a comunidade está localizada. Os moradores pedem justiça pela morte do jovem.
Operação
Os policiais que estavam na comunidade entraram passando-se por funcionários de uma empresa de internet e disseram que fariam reparos na rede. De acordo com testemunha, o adolescente avistou um dos agentes e correu. O policial atirou, e o adolescente caiu em frente a uma construção.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) contesta essa versão e diz que houve uma operação de combate ao tráfico de drogas e que criminosos reagiram à ação dos agentes.
Imagens mostraram a marmita cheia de sangue e um policial tentando proteger a área até a chegada da polícia. Um vídeo obtido pela Record TV mostra um policial armado preservando o corpo. Os moradores o confrontam e dizem: "Deu tiro num moleque desarmado". Veja abaixo: