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Médicos denunciam cancelamento de plantões sem aviso no Anhembi

Profissionais relataram ao R7 que, na manhã de quinta-feira (18), vários médicos tiveram plantões cancelados sem quaisquer explicações prévias

São Paulo|Guilherme Padin, do R7

Hospital de campanha do Anhembi foi aberto em abril
Hospital de campanha do Anhembi foi aberto em abril Hospital de campanha do Anhembi foi aberto em abril

Médicos atuantes no hospital de campanha do Anhembi denunciam que seus plantões foram suspensos ou alterados de forma repentina, sem aviso prévio, na manhã desta quinta-feira (18).

Sob condição de anonimato, uma médica relatou ao R7 que vários profissionais tiveram os plantões cancelados sem quaisquer explicações ou comunicação prévia. “O que ocorreu na manhã de hoje foi que alguns médicos notaram que muitos dos seus plantões da semana que vem e até o fim do mês foram cancelados sem motivo aparente”, disse.

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As escalas médicas, explica ela, são fechadas sempre no mês anterior, diretamente com um funcionário da OGS (organização responsável pelas contratações no local), que faz uma confirmação via WhatsApp dos plantões que o médico irá assumir - conforme sua disponibilidade e disponibilidade da escala. E, mesmo com as confirmações prévias por mensagem - “a forma 'oficial' e corriqueira de comprovação desses vínculos precarizados”, relata -, estes profissionais saíram de algumas escalas.

Uma outra médica, também atuante no hospital de campanha, disse que a previsão dos responsáveis pelas escalas é que haveria uma redução de médicos por plantão a partir de julho, mas, nesta quinta-feira (18), plantões desta e da próxima semana foram cancelados.

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“Não temos vínculo [formal] com eles, mas assinamos ponto, temos hora para entrar e para sair. Alguns colegas já perderam três ou quatro plantões até o fim do mês, o que dá um montante razoável”, disse.

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A denúncia a respeito do setor administrado pelo Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde) chegou ao Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), que pontuou, em nota, que os profissionais não assumiram outros trabalhos contando com o que havia sido acordado com as organizações responsáveis pela gestão do hospital do Anhembi, e agora estão sem trabalho durante a pandemia do novo coronavírus.

No texto, Victor Vilela Dourado, presidente do Simesp, destacou que os médicos são contratados sem vínculos formais de trabalho pela OGS, e que, desta forma, as organizações de saúde que gerem o hospital se isentam de culpa.

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A reportagem procurou pela SMS (Secretaria Municipal da Saúde) e pelas organizações responsáveis pela gestão do hospital de campanha.

Em nota, a SMS informou que mantém contrato de gestão com organizações Iabas e SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) para a administração do hospital de campanha do Anhembi, e que é de responsabilidade das duas organizações a fiscalização de todos os serviços contratados para o funcionamento da Unidade.

O Iabas escreveu que, em função da redução no quantitativo de pacientes, o dimensionamento médico foi adequado ao atual cenário, e que a proporção de médicos por pacientes segue as normas da Anvisa. A SPDM, segundo a secretaria municipal, não teve diminuição no quadro de médicos ou nas escalas de plantões.

A reportagem também tentou contato com a OGS, organização contratada pelo Iabas e pela SPDM especificamente para fazer a admissão dos profissionais no Anhembi, mas não obteve retorno.

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