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Memória da Guerra do Paraguai ganha restauração em SP

Primeira fase da reforma do Palácio do Imperador, construção de 1858, em Itapura, interior do estado, ficará pronta em julho

São Paulo|Do R7

Reforma do Palácio do Imperador, em Itapura
Reforma do Palácio do Imperador, em Itapura

Um dos raros legados da Guerra do Paraguai no estado de São Paulo, o Palácio do Imperador, que dom Pedro 2º mandou construir em 1858 em Itapura, na divisa com Mato Grosso do Sul, está sendo restaurado.

O prédio, que abrigou o comando de tropas nacionais durante o enfrentamento de Solano López, estava em ruínas e ameaçava desabar. A primeira fase da restauração, que inclui a recomposição da estrutura de alvenaria, a reforma do telhado, a colocação de novos pisos e a pintura, será concluída até o fim de julho. Outras duas fases das obras, para acabamento, paisagismo e redefinição de uso, ainda serão licitadas.

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O palácio foi erguido para fortalecer a defesa do Brasil, protegendo a barra do rio Tietê, e acabou sendo estratégico para proteger o estado contra o avanço das tropas paraguaias pelo atual Mato Grosso do Sul. O prédio foi o quartel-general de uma colônia militar instalada entre os rios Tietê e Paraná, abrigando o comando da base naval brasileira, que foi decisiva para a vitória contra Solano López. Alguns historiadores dizem que dom Pedro 2º se hospedou no local quando inspecionava as tropas brasileiras. O casarão de dois pavimentos também foi cenário das comemorações da vitória do Brasil no conflito.

A base da Marinha foi extinta em 1970 e a colônia militar, repassada para o Exército, foi desativada em 1986. O prédio foi usado por repartições públicas do município de Itapura até 1989, quando foi fechado e ficou abandonado. Em 1969, o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico) tombou o edifício e seu entorno, com base em relatório sobre sua "importância para a história e a cultura do local, da região e do país". Isso não impediu que o longo abandono degradasse totalmente a construção, que chegou a ter portas e janelas arrancadas por vândalos.


De acordo com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, ainda em 2019 o Condephaat aprovou o restauro do imóvel. O projeto escolhido, do arquiteto Carlos Ferrata, foi ganhador de um concurso via ProAC (Programa de Fomento à Cultura do Governo do Estado de São Paulo) e atualmente se encontra em implementação em etapas, conforme a captação de recursos. O restauro é acompanhado pela área técnica da UPPH (Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico).

O projeto levou em conta o critério conservativo, mantendo a originalidade e o valor cultural de cada ambiente. Foram feitas intervenções apenas para modernizar e readequar os espaços. Entre elas, a construção de um espaço anexo ao edifício original em sua face cega, ou seja, com a visão encoberta pela do palácio, com elevador e banheiro adaptado a portadores de necessidades especiais nos dois pavimentos. A nova construção foi feita em concreto armado, com fundações independentes da construção original.


MADEIRA DANIFICADA

A licitação para a primeira fase das obras foi vencida pela Concresp, empresa com sede em Andradina. De acordo com o diretor Bruno Crespi, os serviços envolveram a revisão da alvenaria para eliminar trincas, o reforço das fundações e das estruturas de suporte das portas e janelas. "É um prédio sólido, com toda a estrutura em tijolões de barro, muito resistentes. Apenas o madeiramento estava bastante comprometido, tanto nos pisos quanto no telhado", disse.

Os barrotes de madeira que sustentavam o piso dos dois pavimentos foram substituídos por estruturas metálicas para dar mais segurança ao prédio.

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