Metade dos hospitais privados de SP registra ocupação de 81% a 100% nos leitos de Covid-19
Dados do SindHosp revelam aumento no número de casos da doença. Sindicato pede uso de máscara e dose adicional da vacina
São Paulo|Gilberto Gava e Luan Leão, da Agência Record

Uma nova pesquisa realizada pelo SindHosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo) revelou que, das 95 unidades hospitalares avaliadas, 49% informaram ter leitos destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19. A ocupação desses leitos por pessoas com a doença está entre 81% e até 100% em alguns hospitais.
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Dos 95 hospitais privados que participaram da pesquisa, 31% estão localizados na capital paulista e 69% no interior, e somam 8.907 leitos clínicos, 2.790 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para adultos e 479 de UTI pediátrica. O levantamento foi realizado de 3 a 14 de junho.
Segundo o médico e presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, os dados dessa pesquisa, que teve adesão de 25% dos hospitais privados paulistas (uma amostra significativa), mostram que os pacientes infectados pela Covid-19 estão retornando aos hospitais.
"Apesar das medidas de flexibilização, conclui-se que a pandemia não acabou e que se torna imprescindível que a população tome o reforço da vacina e continue mantendo os protocolos de segurança, como uso de máscara em ambientes fechados e lavagem das mãos, além de evitar aglomerações", destaca.
Atendimento de urgência aumentou
De acordo com a pesquisa, 42% dos respondentes afirmaram que o atendimento para casos de Covid-19 nos serviços de urgência/emergência aumentou entre 21% e 40% nos últimos 15 dias. Para 29%, esse aumento superou os 100%.
Tempo de espera no pronto-socorro
O tempo médio de espera para atendimento de casos de Covid nos serviços de urgência/emergência é de uma hora em 43% dos hospitais e de duas a três horas em 40% deles.
Covid-19 entre crianças
Quase metade dos hospitais (48%) que declaram ter leitos dedicados ao atendimento de pacientes com Covid-19 não possui leitos de UTI pediátrica.
Nos 40% dos respondentes que têm esse tipo de leito, a taxa de ocupação é de 61% a 80%. Por outro lado, dos hospitais que não possuem leitos dedicados à Covid-19, 51% estão com ocupação de até 20%, e 49% não têm UTI pediátrica.
Perfil do paciente Covid-19
A pesquisa SindHosp perguntou quais as faixas etárias mais frequentes de pacientes de Covid-19 nos serviços de urgência, nas internações clínicas e de UTI.
Os dados mostram que 88% dos respondentes afirmaram que a faixa etária mais frequente nos serviços de urgência está entre 19 e 29 anos, e 42% entre 30 e 50 anos.
Nas internações clínicas, 39% dos hospitais estão com os leitos ocupados por pessoas entre 30 e 50 anos; em 51% dos hospitais, os leitos clínicos estão ocupados por pacientes entre 51 e 80 anos.