Ministério Público denuncia, por homicídio, motorista do Porsche, e pena pode chegar a 30 anos
Promotora defende prisão de Fernando Sastre e indica evidências de que ele bebeu antes de batida que matou motorista de aplicativo
São Paulo|Do R7, com informações de Letícia Assis, da Agência Record
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) apresentou denúncia, nesta segunda-feira (29), contra Fernando Sastre Filho, de 24 anos. Agora, o empresário é formalmente acusado por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima por causar o acidente com o Porsche que dirigia contra um carro de aplicativo. O motorista do outro carro morreu na hora com o impacto.
A pena por homicídio doloso vai de 12 a 30 anos, enquanto a lesão corporal gravíssima pode elevar a punição em até um sexto. Ambos foram enquadrados na categoria de dolo eventual.
A promotora Monique Ratton, responsável pela denúncia, se manifestou a favor da prisão preventiva para evitar que Sastre Filho, como já fez ao longo das investigações, influencie as testemunhas.
Ratton entendeu que a batida, na avenida Salim Farah Maluf, na zona leste de São Paulo, na madrugada de 31 de março deste ano, ocorreu porque Sastre Filho ingeriu bebida alcoólica em um bar e na casa de pôquer antes de pegar o carro e dirigir.
Na denúncia, a promotora cita que a namorada e um casal de amigos tentaram convencê-lo de dirigir, mas Sastre optou por assumir o risco de acidente.
No momento da colisão, Sastre Filho estava a 156 km/h, segundo a perícia, e bateu contra o carro do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, que estava a menos de 40 km/h e dentro do limite de velocidade imposto na via. Viana tinha 52 anos e não resistiu.
Dentro do Porsche, Marcus Vinícius Rocha, de 22 anos, amigo de Sastre Filho, sofreu lesões graves e foi parar na UTI de um hospital privado de São Paulo, onde ficou por dez dias. Ele perdeu parte do baço e teve fraturas nas costelas.
A promotora ainda lembrou que Sastre Filho se apresentou à polícia 36 horas após a batida depois do aval de PMs (policiais militares) que atenderam a ocorrência. Ratton pediu o compartilhamento das provas com a Justiça Militar para os agentes públicos responderem pelo eventual de crime.
Eles deixaram a mãe de Sastre Filho tirá-lo do local do crime com a desculpa de levá-lo ao hospital. Porém, os agentes deveriam tê-los escoltado até o centro de saúde e, antes disso, feito o teste do bafômetro, conforme o protocolo da instituição.
Pedido de prisão de Sastre Filho
A Polícia Civil encerrou o inquérito e pediu, pela terceira vez, a prisão preventiva de Sastre Filho à Justiça na última quarta-feira (24). Em nota, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) afirmou à RECORD que “o inquérito policial referente a esse caso tramita em segredo de justiça”.