São Paulo Moradores de ocupação na Grande SP denunciam abordagem da CGM

Moradores de ocupação na Grande SP denunciam abordagem da CGM

Grupo afirma que guardas retiraram seus pertences e expulsaram moradores de ocupação em Itaquaquecetuba sem ordem judicial

  • São Paulo | Letícia Dauer e Laura Lourenço, da Agência Record

Prefeitura diz que terreno é público e está em área de risco para moradia

Prefeitura diz que terreno é público e está em área de risco para moradia

Arquivo Pessoal

Moradores de uma ocupação recém-formada em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, denunciaram abordagem da GCM (Guarda Civil Municipal) do município para realizar a reintegração de posse sem ordem judicial e alegam que tiveram seus pertences levados sem autorização. 

Em nota (veja a íntegra abaixo), a Prefeitura de Itaquaquecetuba afirmou que foram apreendidas "armas brancas" do local, que é considerado inabitável pela Defesa Civil e oferece risco para a moradia. 

Kethelem Rodrigues é uma das moradoras da ocupação e contou à Record TV que cerca de 200 famílias ocuparam há uma semana a antiga fábrica da Kaplas, localizada na Estrada São Paulo Mogi, na Vila Bartira. Ela também afirmou que o terreno é particular e está abandonado há mais de 25 anos.

A denunciante informou que as famílias presentes no local não possuem outra maneira de garantir moradia. Entre os moradores, conta Kethelem, a maioria é desempregado e boa parte são mães grávidas.

Ela ainda afirmou que quando a ocupação já estava há três dias no imóvel, equipes da GCM e o atual secretário de segurança do município foram ao local — sem qualquer tipo de autorização ou representante — e informaram que retirariam os objetos e pertences dos moradores.

Kethelem contou que apenas os pertences de cozinha ficaram, após muita insistência por parte das famílias.

Na manhã desta quarta-feira (01), relata Kethelem, a GCM foi novamente ao local e permaneceu até a madrugada desta quinta-feira, impedindo que as pessoas que estavam na ocupação saíssem e entrassem no imóvel.

Ainda de acordo com a moradora, na manhã desta quinta-feira (2) outras viaturas e o secretário voltaram à ocupação e expulsaram alguns moradores do local, sem ordem de despejo ou solicitação de reintegração de posse. Um vídeo, que a Record TV teve acesso, mostra a GCM impedindo a entrada dos moradores do local, incluindo uma jovem adolescente.

Outro lado

"Um grupo formado por 15 pessoas, incluindo uma criança, invadiu uma área pública localizada na antiga São Paulo-Rio, na altura da Vila Bartira, na última terça-feira (30/11). O local possui uma área construída, porém inabitável, visto que a Defesa Civil já atestou que a construção oferece risco para moradia.

Na manhã de ontem (01/12), secretários estiveram no local para realizar os cadastros habitacionais, ouvir as necessidades e solicitações, porém as pessoas não estão abertas ao diálogo, tampouco à qualquer negociação, visto que há, por parte da administração pública, a preocupação com a criança.

A Guarda Civil Municipal (GCM) se mantém no local para evitar que mais pessoas adentrem a área de risco para a habitação. A GCM apreendeu armas brancas que poderiam ser utilizadas por eles em um possível confronto ou tentativa de adentrar o local por aqueles que foram impedidos, visto o cuidado com a integridade coletiva. Além disso, os ocupantes realizaram uma ligação clandestina de energia elétrica, colocando em risco a vida de todos.

Por tratar-se de área municipal, a administração já solicitou reintegração de posse. A Prefeitura de Itaquaquecetuba se solidariza com a causa social e, dessa maneira, está à disposição de todos os cidadãos para o diálogo e apoio necessários."

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