Moradores protestam pela morte de idosa durante enchente em Moema (SP)
Prefeito Ricardo Nunes admitiu que prefeitura sabia dos problemas de escoamento da água na região desde 2018
São Paulo|Do R7, com informações da Agência Estado
Moradores protestaram, na manhã deste domingo (12), pela morte de Nayde Pereira Cappellano, de 88 anos, após seu veículo ficar submerso em alagamento no bairro de Moema, na zona sul da capital, nesta quarta-feira (8). O grupo segurava uma faixa com os dizeres "a população pede socorro".
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) admitiu, durante visita ao bairro neste sábado (11), que a prefeitura estava ciente dos problemas de escoamento da água na região desde 2018. Segundo ele, um condomínio de rua ocupou ilegalmente e concretou uma área, onde há uma viela sanitária que ajudaria no escoamento da água para o rio Uberabinha, que cruza a região.
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Ontem, equipes da prefeitura começaram a remover o bloqueio com britadeiras. O secretário de obras Marcos Monteiro também anunciou a criação de jardins de chuva para aumentar a drenagem na região. De acordo com o secretário, há um estudo para a criação de um piscinão na região, mas não há prazos ainda por conta de eventuais desapropriações.
Morte
Durante o temporal que atingiu a capital na quarta-feira, Nayde ficou presa no interior do carro em uma enchente na rua Gaivota, em Moema. De acordo a Polícia Militar, a idosa sofreu uma parada cardiorrespiratória. Ela chegou a receber os primeiros-socorros do Corpo de Bombeiros, porém não resistiu ao trauma.
A vítima deixou quatro filhos, seis netos e oito bisnetos. Segundo a família, ela era dedicada, gostava de presentear, amava a vida e tinha como hobby cuidar das suas plantas.
A advogada Mariana Cappellano, neta de Nayde, também contou, nas redes sociais, que ela cuidava "muito bem da saúde", com bateria de exames constantes, "se mantinha na ativa" e, apesar da idade, era "mais lúcida do que muito adulto por aí".
Mariana, que é advogada, afirmou, em publicação nas redes sociais, que vai lutar por Justiça, isso porque um muro "mortal", segundo ela, foi construído para impedir o escoamento na região. Durante a chuva intensa, a avó dela ficou ilhada, não conseguiu sair do veículo, se afogou e acabou morrendo.