MP denuncia mulher que humilhou clientes em padaria de SP
Caso a Justiça aceite a denúncia, Lidiane Brandão Biezok, de 45 anos, pode responder por injúria racial, lesão corporal e homofobia
São Paulo|Gabriel Croquer*, do R7
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) denunciou nesta segunda-feira (30) à Justiça a bacharel em direito Lidiane Brandão Biezok, de 45 anos, que foi gravada na padaria Dona Deôla, na zona oeste de São Paulo, ofendendo e agredindo funcionários e clientes no estabelecimento. Se a Justiça aceitar a denúncia, ela responderá por injúria racial, lesão corporal e homofobia.
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Ela chegou a ser presa em flagrante depois de as vítimas chamarem a Polícia Militar no dia das agressões, mas teve a prisão domiciliar concedida, em decorrência de supostos problemas psiquiátricos. A denúncia foi feita pela promotora Martha de Camargo Duarte Dias.
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Em entrevista à Record TV, a advogada se defendeu, afirmando que não é homofóbica e que a atitude foi causada por uma mistura de álcool e remédios. "A partir do momento em que, de certa forma, eu fui atacada por eles, eu surtei. Não sou homofóbica, nunca fui. Eu tenho vários amigos homossexuais", disse Lidiane.
Ela afirma sofrer de depressão e bipolaridade grave e que, por esses motivos, já não exerce mais a função de advogada e que está aposentada. De acordo com a mulher, ela tem laudos médicos que comprovam o quadro psicológico.
Gravação
No dia 20 de novembro, Lidiane foi gravada humilhando clientes e funcionários da padaria Dona Deôla, na zona oeste de São Paulo. A briga ocorreu depois que ela começou a ofender a atendente do estabelecimento, Luane da Silva Lopes, e o balconista Osvaldo da Silva Santana.
Após presenciarem as ofensas, os artistas Kelton Campos Fausto e Ricardo Boni Gattai Siffert, de 24 anos, tentaram intervir e foram vítimas de ofensas de cunho homofóbico.
"Eu sou advogada internacional. Cala sua boca, sua b**** do *******", responde a mulher no vídeo, ao ser confrontada pela dupla. Lidiane, porém, não possui registro de advogada na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Em outra parte do vídeo, é possível ver a cliente discutindo novamente com os funcionários, alegando que "não estava falando demais p**** nenhuma". Ela também questiona: "por acaso aqui é uma padaria gay?". A mulher faz outra série de ofensas de baixo calão no decorrer do vídeo.
Na terceira parte das imagens, ela continua a ofender o mesmo cliente até que parte para cima da vítima e joga um objeto em sua direção. Em seguida, começa a agredi-lo e a puxar o seu cabelo.
Diante das agressões, a padaria chamou a Polícia Militar, que conduziu Lidiane até o 91º DP (Ceasa), onde funcionários e clientes registraram um boletim de ocorrência contra ela. Na delegacia, os jovens afirmaram que também foram vítimas de ofensas raciais.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Ingrid Alfaya