MP-SP denuncia nove policiais por torturar homem no Jaçanã
Caso aconteceu em junho do ano passado e moradores filmaram o momento. Vítima foi agredida com cassetete, socos e chutes
São Paulo|Letícia Dauer, da Agência Record
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) denunciou por tortura nove policiais militares, sendo um tenente, um sargento e sete soldados, pelo espancamento de um homem de 27 anos na zona norte da capital, em junho de 2020. A denúncia foi entregue em 6 de julho.
No dia do crime, moradores registraram a agressão policial, que aconteceu em frente a um escadão na rua das Flores, número 19, no Jaçanã.
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Entenda o caso
Nove policiais militares agrediram um rapaz de 27 anos com cassetete, socos e chutes, na madrugada de 13 de junho de 2020, na região do Jaçanã, zona norte de São Paulo.
Em uma das filmagens feitas por moradores, é possível ver o rapaz sentado em uma escada em uma viela cercado por policiais. Pelo menos cinco agentes da 1ª Companhia do 43° Batalhão, que atende a área do Jaçanã, aparecem no vídeo. O outro vídeo mostra mais agressões dos policiais, que espancam o jovem rendido.
No início da abordagem, um dos policiais se aproxima do jovem e acerta sua perna esquerda com um cassetete. Em seguida, joga o bastão no rosto da vítima.
Questionada pelo R7 na ocasião, a Polícia Militar disse que "assim que tomou conhecimento das imagens, instaurou um Inquérito Policial Militar por abuso de autoridade contra os policiais, que foram imediatamente afastados do serviço operacional".
Conforme o procedimento em casos de arbitrariedades praticadas por PMs, a corregedoria da Polícia Militar foi acionada e acompanha o caso. A polícia disse ainda que "não compactua com desvios de conduta e investiga rigorosamente toda e qualquer denúncia contra seus agentes".
Em rede social, o governador de São Paulo, João Doria, disse que é "absolutamente condenável as atitudes dos policiais militares que abusaram da força". "Os policiais envolvidos foram afastados e serão submetidos a inquérito", afirmou.
A SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), por meio de nota, disse que os excessos registrados "não condizem com as práticas da Polícia Militar".