O subprocurador-geral de Justiça de Políticas Criminais e Institucionais, Mário Sarrubbo, informou nesta sexta-feira (11) que o Ministério Público de São Paulo irá investigar as condições de tratamento aos presos da Penitenciária de Lucélia, município a 600 km de São Paulo. Familiares denunciaram maus-tratos aos presos depois da rebelião do dia 26 de abril, na qual três defensores públicos foram feitos de reféns. Depois de ouvir os relatos do vereador Eduardo Suplicy e das mulheres, mães e irmãs dos detentos, Sarrubbo informou que o Ministério Público irá verificar qual é a situação dos detentos e quais providências devem ser tomadas. "Vou montar uma investigação específica a partir dessa representação do vereador", disse Sarrubbo. Eele ainda afirmou que "é do interesse do Ministério Público que a pena seja cumprida em condições adequadas".Denúncia de familiares Familiares e advogados de detentos do presídio de Lucélia afirmam que após a rebelião, não conseguem ter notícias sobre as condições dos presos que permaneceram na unidade e que eles estariam em situação degradantes e sendo agredidos na unidade. Os familiares afirmaram ao R7 que os presos estariam em condições precárias, sem roupa, dormindo no chão, com alimentação fracionada e sendo agredidos como punição por terem feito a rebelião. "Quando fomos até o presídio unidade, escutamos presos gritando e pedindo ajuda", afirmou a esposa de um dos detentos, que não quis se identificar. Os advogados também reclamam de falta de contato com os clientes.Outro lado A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) nega que haja maus-tratos e afirmou por meio de nota que "está prestando todas as informações sobre os presos" e que "nenhum preso sofreu agressão e todos são tratados com respeito e dignidade". Sobre os pedidos de visitas dos advogados, a SAP afirmou que "o local destinado para esse serviço, conhecido como parlatório, foi danificado pelos presos durante o ato do dia 26/04. Sendo assim, no momento a unidade não consegue disponibilizar o acesso ao grupo de profissionais por não possuir, em boas condições, o local que propicia a devida segurança aos presos, funcionários e advogados".