Mulher é baleada em frente a adega na zona leste de São Paulo
Taynara Fernanda Silva Amorim, de 20 anos, está internada no Hospital Santa Marcelina de Itaquera, em estado grave
São Paulo|Mariana Rosetti e Fabiana Gennarini, da Agência Record
Uma mulher foi baleada em frente a uma adega no bairro da Penha, zona leste de São Paulo, na tarde de sábado (10). Moradores suspeitam que o tiro tenha sido disparado de um apartamento e a família denuncia ação suspeita da Polícia Militar.
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O caso ocorreu na avenida Buenos Aires, por volta das 14h, e foi registrado por câmeras de segurança da rua. Taynara Fernanda Silva Amorim, de 20 anos, está internada no Hospital Santa Marcelina de Itaquera, em estado grave.
Ela estava em frente a uma adega, conversando com os donos do estabelecimento, quando foi baleada. O vídeo registra o momento em que a jovem, de camiseta branca e boné marrom, está conversando e é atingida. Há suspeita de que os tiros tenham sido disparados por uma pessoa do prédio em frente, na avenida São Miguel.
De acordo com testemunhas, o suspeito de ter efetuado os disparos estaria nervoso por conta de uma festa que aconteceu durante a noite, no dia anterior, no mesmo endereço. A tia de Taynara, foi até o local e questionou o dono da adega sobre a origem dos disparos, e ele respondeu que poderiam ter vindo dos prédios que ficam em frente ao estabelecimento.
A mulher se dirigiu ao prédio, mas foi impedida de entrar pelo porteiro, que disse só autorizar na presença de policiais. A tia acionou, então, o 190 e solicitou apoio de uma viatura, que compareceu ao endereço. Aos policiais, ela indicou o 5º andar do edifício, dizendo acreditar que, pela distância e configuração do tiro, o disparo saiu de lá.
Ela conta que as equipes entraram no prédio e, quando retornaram, disseram para não se preocupar, que o tiro não havia sido disparado do 5º andar. Além disso, que não havia sido um tiro com arma de fogo, e sim com arma de chumbinho.
De acordo com a mulher, os policiais também contaram que tinham ido ao prédio antes, o que causou estranheza na mulher, uma vez que eles também disseram não saberem da ocorrência. Diante da recusa, a mulher retornou à adega e não viu o Fiesta que foi alvejado, tampouco uma viatura da Polícia Militar preservando o local.
Rose conta que questionou o dono da adega sobre o motivo de o carro ter sido retirado. O homem disse que os próprios policiais pediram que ele não deixassem o veículo ali e o consertasse dos furos.
Foi quando Rose solicitou ao dono da adega o circuito de monitoramento da ocorrência. Ela primeiro viu nas imagens sua sobrinha sendo alvejada e, horas depois, os agentes abrindo o Ford Fiesta: eles entram no veículo, mexem em seu interior e, em seguida, saem.
Rose foi para casa, já que foi orientada pela Polícia Militar a apenas registrar o boletim de ocorrência quando sua sobrinha estivesse melhor. Diante da versão narrada pela tia, a Polícia Civil foi até o endereço e localizou o Fiesta preto, com as marcas de tiros.
Populares disseram que, após Thaynara ter sido alvejada, foi andando em direção a um bar, que fica na esquina da adega. A proprietária disse que várias viaturas da Polícia Militar estiveram no local.
Diante dos fatos, a Polícia Civil registrou o caso como tentativa de homicídio. Segundo o delegado, "há indicativo de inovação artificiosa do local de crime". Ele acrescenta que os relatos "da testemunha Rosimeire aparentam consistência".
O delegado cita as imagens que mostram a vítima sendo baleada e, sem seguida, os policiais mexendo no Fiesta, sem preservarem o local. No entanto, ele acrescenta a importância de ouvir outras testemunhas como o dono da adega, e os próprios policiais envolvidos na ocorrência.