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Na Grande São Paulo, 46 pacientes morrem à espera de leito de UTI

Outros 189 ainda aguardam na fila para deixar a enfermaria e receber cuidados intensivos. Estado bateu recorde de mortes 

São Paulo|Do R7, com informações da Record TV e da Agência Record


Hospital de campanha de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo
Hospital de campanha de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo

Quarenta e seis pessoas morreram à espera de um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e outras 189 ainda aguardam na fila nas 39 cidades da Grande São Paulo no mês de março.

No hospital de campanha de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, mais um paciente que esperava vaga em UTI morreu nesta terça-feira (16). Josinei Aparecido tinha 55 anos. Já são oito vítimas que estavam na fila na cidade. Em Franco da Rocha, 15. Em Mauá, foram três. Em Diadema, duas mortes.

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Uma UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) em Taboão da Serra se tornou um serviço exclusivo para casos de covid-19. Entre os doentes, há muitos em estado grave que já deveriam estar em hospitais. Vinte e um pacientes estão na fila por vagas em UTIs, 11 deles, intubados. Desde o dia 5 deste mês, 14 pessoas que esperavam pela transferência morreram na unidade.

Em Rio Grande da Serra, foram duas mortes. Em Francisco Morato e em Itapecerica da Serra, uma. 

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No fim da semana passada, a Justiça determinou a transferência de 17 pacientes em estado crítico para UTIs em no máximo 24 horas. Mesmo com a ordem judicial, dez destes pacientes seguem à espera.

“Nós temos hoje uma clara sobrecarga no sistema”, afirma o secretário-executivo da Saúde de São Paulo, Eduardo Ribeiro Adriano. “Se nós tivéssemos hoje disponibilidade de leitos, não haveria necessidade de nenhum movimento judicial para impor a internação de pacientes.”

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Um médico intensivista diz que sem UTI, as chances de recuperação dos pacientes graves diminuem. “O paciente covid, ele é bastante complexo e demanda uma expertise de uma equipe muito bem treinada e fora do local, e sem a equipe capacitada, esse tratamento, com certeza, cai em qualidade e com isso cai também a atenção ao doente. Com certeza aumenta a mortalidade” diz o médico intensivista Marcelo Cássio de Souza. “Essa pessoa sem uma assistência de terapia intensiva, ela vai estar jogada à sorte.”

A mãe da pedagoga Andrelma Guimarães esperou mais de uma semana pela vaga de UTI que foi liberada nesta terça-feira. O pai, José, continua na fila. “É muito difícil ter o pai e a mãe precisando de uma vaga de uti você não ter como conseguir essa vaga”, lamenta Andrelma. “Eu vivi um pesadelo, estou ainda nesse pesadelo. É muito difícil.”

Enquanto vive um momento tão difícil, Andrelma faz um alerta. A hora é de redobrar os cuidados. “As pessoas precisam se conscientizar porque enquanto não é com você, você acha que é mentira, você não acredita, mas quando chega na sua família é muito doído.”

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