"O Brasil precisa mais de Moro, e menos de Lula", diz Doria
Governador de São Paulo homenageou o ministro da Justiça com medalha de honra ao mérito no Palácio dos Bandeirantes, na zona sul de São Paulo
São Paulo|Plínio Aguiar, do R7
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), entregou nesta sexta-feira (28) a medalha Ordem do Ipiranga, no grau Grã-Cruz, ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
A condecoração possui a finalidade de agradecer e homenagear cidadãos brasileiros e estrangeiros por suas contribuições e méritos para o Estado de São Paulo.
A justificativa dada pelo Governo de São Paulo para a condecoração ao ministro é de uma operação realizada em fevereiro deste ano. Em ação conjunta, Estado e Ministério da Justiça e Segurança Pública transferiram 22 líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para presídios federais.
“Não podemos aceitar a tentativa de fazer o Brasil retroceder. A [operação] Lava-Jato investigou, apurou e puniu o maior esquema de corrupção da história”, argumentou o governador. “Asseguro a todos vocês que se não fosse por esse homem, liderando um grupo de patriotas, não teríamos chegado até aqui”.
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Doria citou, em tom de bravura, os casos envolvendo o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba desde abril de 2018: caso Triplex, no Guarujá, e do sítio, em Atibaia, ambas cidades paulistas. “O início de um esquema criminoso começou aqui em São Paulo, mas não vamos aceitar isso”, disse. “A honraria se dá agora para o ministro por ter realizado ações na segurança pública de São Paulo, e na dignidade e coragem de implementar a Lava-Jato a todos os brasileiros.”
Antes de entregar a medalha Moro, Doria disse que, graças a Lava-Jato, mais de R$ 13 bilhões estão sendo recuperados de governos petistas. “E, por isso, o Brasil precisa mais de Moro, e menos de Lula. Viva Moro!”
Nesse momento, Moro foi ovacionado pela plateia, composta por deputados, secretários municipais e estaduais, e demais convidados. Na seguida, foi a vez do então ministro discursar. Ele lembrou episódios da operação que chefiou em Curitiba, antes de citar o escândalo envolvendo seu nome em reportagens publicadas pelo site The Intercept.
“Nas últimas três semanas, tenho sofrido diversos ataques. A Lava-Jato ficou para trás, mas algumas pessoas têm um certo revanchismo. E eu quero agradecer, em especial, o presidente Jair Bolsonaro que tem me apoiado até então”, disse. “Mas a Polícia Federal deve chegar nos responsáveis. É uma divulgação de mensagens que não se tem demonstração de autenticidade, além de sensacionalismo.” Ao final, Moro avisa: “não vamos desistir”.
Novamente, o ministro é aplaudido. “E fico feliz de saber que tenho seu apoio Doria”, finalizou.
O evento ocorre após diversas reportagens, publicadas pelo site The Intercept, mostrarem uma série de troca de mensagens entre o juiz da Lava Jato em Curitiba e o procurador Deltan Dallagnol. O conteúdo dessas mensagens aponta que Moro teria sugerido ao Ministério Público Federal trocar a ordem de fases da operação, que antecipasse uma decisão judicial, além de oferecer conselhos aos procuradores. Hoje ministro, Moro prestou depoimento no Senado Federal em que nega a acusação.