O Novo Rio Pinheiros também é saúde

Ainda não somos capazes de ressuscitar pessoas, mas já conseguimos trazer de volta à vida alguns gigantes da natureza. É o caso do rio Pinheiros, que em 2013 foi considerado morto. Essa situação prejudicava muito os moradores próximos.

A falta de saneamento básico em áreas de ocupação informal na região causava inúmeros problemas: como receber visitas em casa com um cheiro tão desagradável? Como cozinhar se a água não é de boa qualidade e muitas vezes nem sequer chega às torneiras das residências?

Mas, por incrível que pareça, não estamos contando uma história triste. A reviravolta aconteceu em 2019, quando a Sabesp e o Governo do Estado de São Paulo se uniram para capitanear, junto de outros órgãos públicos, da Prefeitura de São Paulo e da sociedade, esse enorme desafio de criar vida em um novo rio Pinheiros.

O eixo de saneamento é um dos principais pilares — e um dos maiores desafios — do programa Novo Rio Pinheiros. Para que o processo de despoluição e revitalização do rio pudesse ter sucesso, ficou claro, desde o início, que seria necessário resolver o problema bastante complexo do despejo de esgotos nos córregos afluentes. 

O ambicioso programa também busca levar conhecimento à população e, assim, criar uma conscientização ambiental para o descarte correto do lixo, para que ele não chegue aos afluentes que deságuam no rio Pinheiros.

Além disso, ações educativas são promovidas nas comunidades e em uma Estação de Educação Socioambiental. A população pode participar, por exemplo, de ações de economia circular, trocando óleo usado por um sabão produzido por moradores da própria comunidade. Ou seja, não estamos falando somente sobre obras. Afinal, elas geram qualidade de vida e mudam a história de milhares de pessoas. O Novo Rio Pinheiros é mais do que um programa urbano: é saúde e vida.

E, aos poucos, o que parecia impossível foi se concretizando. Em tempo recorde, o programa já conectou mais de 650 mil imóveis ao sistema de esgoto — o que evitou que os resíduos orgânicos dessas residências chegassem ao rio. Estamos falando de aproximadamente 3 milhões de pessoas com acesso à rede de esgoto e uma vida mais digna e saudável.

Essa agilidade inédita foi viabilizada pela inovação no modelo de contratos sob performance com fornecedores da Sabesp, vinculando sua remuneração ao seu desempenho e incentivando as empresas contratadas por licitação a localizar imóveis sem coleta de esgoto e conectá-los à rede mais rapidamente.

Quando os imóveis se encontram em regiões de maior vulnerabilidade, onde não é viável tecnicamente implantar a infraestrutura de saneamento, são instauradas Unidades de Recuperação da Qualidade da Água (UR). Nesse caso, o sistema recolhe a água contaminada para tratá-la e depois devolvê-la ao rio.

E o efeito de todas essas ações já pode ser notado: 11 dos 13 pontos de monitoramento do rio (85%) já apresentam a taxa de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) abaixo de 30mg/l, considerada a quantidade mínima para que não haja mau odor e seja permitida a vida aquática. Por mais que essa água não seja própria para consumo ou banho, estamos falando de um benefício inestimável não só para a saúde e a dignidade de adultos e crianças beneficiados com a revitalização do novo rio Pinheiros, mas também para a população paulista como um todo: dados da OMS indicam que a cada real gasto em saneamento básico economizam-se, a médio e longo prazo, R$ 4 na saúde.

Portanto, o Novo Rio Pinheiros é economia, é saúde, é educação, é biodiversidade e é vida.

Para saber mais sobre esse importante programa social e ambiental, visite o site!