Uma operação do MP (Ministério Público) com apoio da Polícia Militar prendeu em São Paulo, nesta terça-feira (12), dois suspeitos de operar um esquema de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital). De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), os investigados são Dario Pereira Alencar e Márcio Roberto de Souza Costa. Até a publicação da reportagem, a defesa deles não foi localizada. A dupla pertence a um núcleo formado por dois líderes da alta cúpula da facção: Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, e Odair Lopes Mazzi Junior, conhecido como Dezinho. Anualmente, o PCC movimenta cerca de R$ 1 bilhão, segundo estimativa do MP. Somente o eixo formado por Tuta e Dezinho movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2020, explica o promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco. O dinheiro é proveniente do tráfico internacional de drogas.• Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram Nesta terça (12), durante a segunda fase da Operação Sharks, os investigados foram presos preventivamente na Praia Grande, litoral sul de São Paulo, e na capital. Dezinho também era alvo da operação, porém foi preso em um condomínio de luxo, em Pernambuco, no mês de julho. Segundo o promotor, os presos são responsáveis pelo esquema de lavagem de dinheiro — formado por pessoas de confiança e familiares — por meio da operação de empresas do ramo de estética e de contas-correntes em nome próprio ou de outros laranjas. Em breve, o MP também vai apresentar a denúncia contra as empresas. Além dos três mandados de prisão preventiva, foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão. No total, foram apreendidos R$ 65.629, mais de 2 mil euros, US$ 4 mil, 9 mil pesos argentinos, 35 relógios de luxo (avaliados em R$ 2 milhões), celulares, notebooks, pen drives e documentação, além de armas e munições. Gakiya ainda informou que Tuta está foragido e provavelmente deve estar escondido na Bolívia. Ele foi nomeado pela organização criminosa como o "número 1", em substituição a Marcola. O traficante continua sendo líder da facção, porém está isolado e incomunicável na Penitenciária Federal em Brasília desde janeiro. Também há indícios de que Tuta esteja desviando dinheiro do crime organizado, principalmente em razão da vida de luxo que vem ostentando. “Esse pessoal saiu do sistema prisional paulista praticamente sem recursos, e hoje eles são donos de um patrimônio bastante considerável e já movimentaram mais de R$ 100 milhões”, afirma o promotor.Traficantes e milicianos: veja a lista dos dez criminosos mais procurados no Brasil