Pai de menino afogado diz que a revolta maior é com a direção da escola
Criança de três anos morreu durante aula de natação
São Paulo|Do R7, com Hoje em Dia
O pai do menino de três anos, que morreu afogado na piscina de uma escola infantil na zona sul de São Paulo, demonstrou revolta em relação à direção da instituição onde o filho estudava.
Em entrevista horas após o enterro do menino, ocorrido na manhã desta terça-feira (27), no cemitério Jaraguá, zona oeste da capital, Aléssio Martins Gonçalves, que é juiz da Vara da Fazenda, desabafou:
— Na verdade, nossa revolta maior é com a direção da escola. Acredito que por questão financeira não coloquem o número de funcionários, monitores necessários para acompanhar uma atividade, especialmente, na piscina. Vendem uma prestação de serviço, supostamente de qualidade, te cobram uma mensalidade de quase R$ 3 mil e não é bem assim.
Bernardo Jacomino Gonçalves morreu, na manhã de segunda-feira (26), quando estava em uma aula de natação no Centro Educacional Brandão, no bairro do Campo Belo. Ele chegou a ser levado ao pronto-socorro do Hospital São Paulo, mas não resistiu.
Uma professora e a assistente dela chegaram a ser presas por homicídio culposo — quando não há intenção de matar. Elas pagaram fiança de R$ 10.000, cada, e vão responder em liberdade.
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As duas só se deram conta da ausência do garoto depois que todos os alunos seguiram para o chuveiro. Segunda a delegada Ancilla Vega, foi neste momento que a professora percebeu que a vítima estava dentro da piscina, desmaiada.
— A professora entrou imediatamente na piscina e pediu o auxílio de outra professora de natação e iniciaram os primeiros atendimentos, primeiros socorros. Com a chegada da viatura do Samu, a criança foi encaminhada para o hospital.
A polícia acredita que houve negligência, já que o menino não estava usando boia. O pai de Bernardo não escondeu a indignação.
— É isso que revolta a gente. Quer dizer: como que uma criança estava sem a boia? Até insinuaram que as crianças tiraram a boia. Ele não conseguia, tinha três anos, ele não conseguia tirar a boia do braço dele, cheia.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, quatro crianças morrem afogadas, por dia, no Brasil. O afogamento é a segunda causa de mortes de crianças entre um e nove anos de idade, perdendo apenas para os acidentes de trânsito.
"Consternada e abatida"
Em nota divulgada no último dia 26, a direção do Centro Educacional Brandão se disse “consternada e abatida” e acrescentou que as circunstâncias do afogamento serão rigorosamente apuradas pela escola e pelas autoridades. A instituição destacou que o menino foi “imediatamente atendido por profissionais da escola, treinados e certificados como socorristas”.
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Assista ao vídeo:
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