Para delegado-geral, policiais podem ter envolvimento nas mortes de civis
Acesso a banco de dados da polícia indicaria possíveis autores
São Paulo|Fernando Mellis, do R7
As investigações do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) mostraram que agentes da segurança pública de São Paulo acessaram a ficha criminal de alguns civis assassinados horas antes dos crimes. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (22) pelo delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro de Lima.
— Quando a polícia começa a investigar casos de homicídios múltiplos ou com características de execução, é checada a ficha criminal de todas as vítimas. Isso é procedimento. No momento em que isso foi feito, em alguns casos, foi notado que antes da morte, alguém já tinha visto o registro criminal daquela pessoa.
Apenas têm acesso a esse banco de dados, membros da própria Polícia Civil ou da Polícia Militar, além de alguns funcionários da Secretaria de Segurança Pública. A data e hora em que cada pesquisa é feita ficam registradas, assim como o nome de quem fez a busca.
O delegado-geral ainda afirmou que todos que acessaram fichas criminais de vítimas momentos antes de elas serem assassinadas estão sendo investigados. Questionado se o sistema teria sido acessado por algum policial que já era considerado suspeito em algum dos casos, o delegado-geral preferiu não se manifestar.
— Pode ser uma coincidência? Poderia. Mas poderia ser alguém já vendo o crime de maneira pensada, arquitetada, já selecionando quem queria matar. Isso se repetiu em mais de um inquérito.
Marcos Carneiro ainda comentou sobre o fato das execuções e chacinas acontecerem, predominantemente, na periferia de São Paulo. Ele culpa uma parcela da população, a qual se refere como sendo insensível.
— Por que não tem chacina nos Jardins? Para uma parcela da sociedade, ainda obtusa e escravagista, existe a mentalidade que matar o afrodescendente jovem, do sexo masculino, na periferia, é matar o bandido de amanhã. Essa distorção é que não cria a comoção como deveria criar toda vez que acontece um crime dessa gravidade. Se um empresário é morto nos Jardins, a comoção é outra.
Sobre a possível saída do cargo, com a mudança no comando da Secretaria de Segurança Pública, Marcos Carneiro não se mostrou preocupado e disse que se for convidado pelo novo secretário para continuar chefiando a Polícia Civil paulista, precisa negociar. Até a noite desta quinta-feira ele não havia sido chamado pelo novo secretário, Fernando Grella Vieira.
— É uma questão de conversar com o secretário, porque tem que ter as condições de trabalho da mesma forma que o doutor Ferreira [ex-secretário] proporcionou para gente. A Polícia Civil é uma instituição que tem que ser colocada no devido patamar. Os paulistas têm que se orgulhar dela.
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