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Parentes de família carbonizada no ABC Paulista querem que réus cumpram pena máxima

Envolvidos no crime, incluindo a filha das vítimas, começaram a ser julgados pelo Tribunal do Júri na segunda-feira (12)

São Paulo|Isabelle Amaral, do R7

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Romuyuki, Flaviana e Juan Victor foram mortos e carbonizados
Romuyuki, Flaviana e Juan Victor foram mortos e carbonizados

Os parentes de Romuyuki Veras Gonçalves, Flaviana de Meneses Gonçalves e Juan Victor Gonçalves, encontrados mortos e carbonizados em janeiro de 2020 no ABC paulista, região metropolitana de São Paulo, pedem que os acusados recebam pena máxima de prisão.

O julgamento dos réus, que inclui a filha do casal assassinado, Anaflávia Meneses Gonçalves, teve início na manhã da segunda-feira (12) e foi suspenso à noite. A sessão será retomada na manhã desta terça-feira (13), no Fórum de Santo André.


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A pena para cada homicídio doloso qualificado é de até 30 anos. Como o caso em questão envolve três homicídios e outros crimes, como ocultação de cadáver, a condenação somada pode ser maior. O tempo máximo de cumprimento de pena no Brasil é de 40 anos.

Para Andréia Veras, tia de Anaflávia e irmã de Romuyuki, nada vai suprir o vazio deixado pelas vítimas do "crime bárbaro". No entanto, ela espera que tanto a sobrinha quanto os outros quatro envolvidos recebam, no mínimo, pena máxima.


Anaflávia é acusada de ter arquitetado o crime contra os próprios pais e o irmão, que, na época, tinha 15 anos. A mulher teria tido ajuda, ainda, da ex-namorada, Carina Ramos de Abreu, dos primos dela, Juliano Oliveira Ramos Júnior e Jonathan Fagundes Ramos, e do vizinho, Guilherme Ramos da Silva.

O julgamento dos cinco réus estava previsto para ocorrer a partir desta segunda-feira (12). Entretanto, o processo dos irmãos Juliano e Jonathan precisou ser adiado e está marcado para acontecer em 21 de agosto deste ano.


O restante dos envolvidos ainda não teve a sentença decretada, uma vez que o julgamento deve se estender pelos próximos dias.

Os cinco réus respondem pelos seguintes crimes:

• três homicídios triplamente qualificados (por motivo fútil, com emprego de meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas);

• ocultação de cadáver;

• roubo; e

• associação criminosa.

Relembre o crime

A morte dos empresários Romuyuki e Flaviana e do filho deles, Juan Victor, teve o envolvimento da filha do casal, Anaflávia, e de sua ex-namorada, Carina. A dupla é acusada de planejar o assassinato da família.

De acordo com a polícia, as duas informaram aos outros três suspeitos que havia R$ 85 mil na casa e ajudaram o trio a entrar na residência. No dia do roubo, segundo a denúncia feita pelo Ministério Público, eles não encontraram o dinheiro e, depois de ameaçar as vítimas, decidiram matá-las.

Os corpos do casal e do adolescente foram colocados dentro do carro da família e levados a uma estrada de terra em São Bernardo do Campo. O veículo foi incendiado, e as vítimas, carbonizadas.

À Record TV, Carina Ramos admitiu ter participado do planejamento do assalto, mas não das mortes. Ela disse que a ex-namorada tinha arquitetado o crime. Já Anaflávia afirmou ser inocente e que os assassinatos foram premeditados pela ex-companheira.

Segundo Anaflávia, Carina a convenceu de que não aconteceria nada à família, a não ser uma simulação de assalto. Os irmãos também se sentiram enganados por Carina ao perceber que não havia dinheiro na casa: "Foi uma cilada que ela arranjou para nós, porque a intenção dela, na verdade, não era roubar o dinheiro, porque não tinha dinheiro; a intenção dela era matar eles".

Como a polícia chegou aos suspeitos?

Com a quebra do sigilo de contas na internet e de conversas do casal por um aplicativo de mensagens, a Polícia Civil descobriu que Anaflávia e Carina haviam feito buscas relacionadas aos assassinatos.

Pelo celular de Anaflávia, elas pesquisaram termos referentes ao seguro de vida de Romuyuki, como "seguro de vida cobre quais mortes", "seguro de vida por morte assassinato" e "segurado de homicídio", em 24 de dezembro de 2019, cerca de um mês antes do crime.

No dia 30 de dezembro, o casal pesquisou a compra de um carro de luxo, apesar de estar endividado. Dois dias antes das mortes, Carina também fez buscas sobre reforma do piso de uma residência. A metragem e a descrição da planta são compatíveis com o imóvel onde a família foi morta, o que indica a intenção das duas de se apossar da casa.

O assassinato da família foi descoberto em 28 de janeiro de 2020. Anaflávia e Carina foram presas um dia depois. Jonathan, Guilherme e Juliano tiveram a prisão decretada poucos dias após o crime.

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