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Passageiros reagem a trens lotados: 'Há riscos, mas preciso trabalhar'

Governo de São Paulo mantém restrições ao comércio durante fase vermelha, mas transporte público tem manhã de aglomeração

São Paulo|Do R7

Josilene Costa saiu da zona leste para o Jardim Paulista: 'A gente precisa trabalhar'
Josilene Costa saiu da zona leste para o Jardim Paulista: 'A gente precisa trabalhar' Josilene Costa saiu da zona leste para o Jardim Paulista: 'A gente precisa trabalhar'

Os usuários de transporte público da capital paulista enfrentam, nesta segunda-feira (12), estações lotadas e aglomeração em vagões de metrôs e trens. Para chegar ao trabalho, passar por consultas médicas e demais compromissos, os paulistanos se expõem a riscos e relatam indignação com as restrições impostas pelo governo de São Paulo na fase vermelha, cujo pacote deixou de fora a regulamentação e fiscalização para o transporte público.

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A auxiliar de limpeza, Josilene Costa, de 42 anos, saiu de Guaianeses, na zona leste da capital paulista, para trabalhar em um restaurante na Alameda Santos, no Jardim Paulista. "Se eu pudesse não pegava, a gente está correndo riscos, né? Mas a gente precisa trabalhar", afirmou. 

Josilene aproveitou para criticar a postura do governo paulista na fase vermelha. "Achei péssimas [as medidas]. Trabalho num restaurante, está tudo fechado, tive suspensão de contrato... O patrão não tem nem como mandar a gente embora, não vai ter dinheiro pra pagar pra todo mundo", lamenta. 

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Nesta segunda-feira (12), o estado de São Paulo voltou à fase vermelha, um pouco menos restritiva que a emergencial, que vigorou até domingo (11) no plano de flexibilização econômica. Para o trabalhador paulistano, que pega transporte público, porém, as mudanças são pequenas, uma vez que a capital paulista amanheceu o dia e começou a semana com garagens de ônibus cheias de coletivos sem rodar e o transporte público abarrotado.

Letícia Xavier precisou ir ao médico: 'Estou arrependida de sair com ônibus lotado e metrô cheio'
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Letícia Xavier, 32 anos, trabalha por conta própria, fazendo doces para vender. “Peguei covid mês passado, fiquei muito mal, tive muitas dores no corpo, dor de cabeça... Fui ao médico, fiz o teste e confirmou. Fiquei os 14 dias em casa", afirma.

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A microempresária, que saiu do Jabaquara, na zona sul, com destino ao bairro do Tatuapé, na zona leste de São Paulo, vive com o marido, que é bombeiro e foi vacinado recentemente. "Estava indo ao médico para uma consulta de rotina", disse à reportagem nesta segunda-feira. “Essas medidas não resolvem nada, estou arrependida de sair de casa com ônibus lotado, metrô cheio”, reclama.

O estudante Lucas Bueno, de 19 anos, saiu do bairro do Tatuapé, na zona leste da capital, para se encontrar com a mãe, na Sé, região central da cidade. “As medidas não funcionam, quem precisa vai continuar saindo. O certo era todo mundo em casa por um tempo, com auxílio para se manter, até melhorarem as coisas", sugere o rapaz.

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Lucas Bueno, 19 anos: 'o certo era todo mundo ficar em casa com auxílio para se manter'
Lucas Bueno, 19 anos: 'o certo era todo mundo ficar em casa com auxílio para se manter' Lucas Bueno, 19 anos: 'o certo era todo mundo ficar em casa com auxílio para se manter'

O jovem, que mora com os avós, vacinados na semana passada, afirma que não pegou covid-19 até o momento. Bueno saiu de casa para acompanhar uma consulta médica da mãe. 

De acordo com os médicos e especialistas, o transporte público é um dos principais meios para a contaminação com o novo coronavírus, uma vez que há superlotação e o distanciamento social é desrespeitado.

Outro lado

A SMT (Secretaria dos Transportes Metropolitanos) afirma que desde o início da pandemia adotou a Operação Monitorada, com avaliação sistemática a cada faixa de horário, para atender a demanda de passageiros.

Em março de 2020 a demanda caiu 80% em relação a um dia normal e na semana passada – último dado disponível - a queda foi de 61%, na média, entre as três empresas - Metrô, CPTM e EMTU. Antes da pandemia, as empresas transportavam juntas cerca de 10,5 milhões de passageiros por dia, segundo a SMT. A secretaria informa ainda que Plano SP recomenda o escalonamento de entrada e saída de funcionários em atividades essenciais para evitar a concentração nos horários de pico.

A frota de ônibus das linhas municipais da cidade de São Paulo foi mantida acima da demanda apresentada desde o início da pandemia, em março de 2020, informa a prefeitura, por meio da SPTrans. "No momento, a frota do sistema de transportes está mantida em 93,34% nos bairros mais afastados do centro e em 88,25% em toda a cidade, para uma demanda de menos da metade", diz o órgão.

Segundo a SPTrans, em comparação com um dia útil antes da pandemia, a demanda de passageiros dos ônibus municipais caiu de 61% na semana anterior ao retorno da fase vermelha (em 2 de março), para uma média de 39% nos dias 26, 29, 30 e 31 de março e 1º de abril, feriados antecipados. Nesta sexta-feira (9 de abril), Fase Emergencial, a demanda foi de 48%. 

O órgão informa ainda que a equipe técnica da SPTrans monitora diariamente o deslocamento do passageiro na capital com o objetivo de equilibrar a oferta à demanda.

Uma série de medidas preventivas também foram adotadas, como a obrigatoriedade do uso de máscaras por passageiros, motoristas e cobradores, o reforço na higienização dos veículos e nos terminais. Além de reforço da da limpeza já realizada diariamente nas garagens em todos os ônibus, a higienização dos ônibus é reforçada entre as viagens, nos terminais municipais, principalmente nos locais onde há contato mais frequente dos passageiros, como balaústres, corrimãos e assentos.

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